BE antevê "trabalho escravo" na Segurança Social
Oposição acusa Mota Soares de mentir sobre processos de requalificação.
Este tema foi levantado em plenário pela deputada do BE Mariana Aiveca, que sustentou que o executivo PSD/CDS tem como objectivos "desmantelar a Segurança Social pública e de qualidade, e substituir trabalhadores com direitos, com experiência, construtores do sistema, por trabalhadores sem direitos, que em muitos casos será trabalho escravo".
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Este tema foi levantado em plenário pela deputada do BE Mariana Aiveca, que sustentou que o executivo PSD/CDS tem como objectivos "desmantelar a Segurança Social pública e de qualidade, e substituir trabalhadores com direitos, com experiência, construtores do sistema, por trabalhadores sem direitos, que em muitos casos será trabalho escravo".
Mariana Aiveca, numa declaração política, lançou um forte ataque à garantia dada pelo ministro da tutela, Pedro Mota Soares, de que este processo não se traduz em despedimento. Na véspera, no Parlamento, a ministra das Finanças admitiu a necessidade de dispensar 12 mil funcionários públicos, apresentanto-a como uma “meta” do Governo.
“Aquilo que a ministra das Finanças admitiu ontem foi que o ministro da Segurança Social tentou enganar os deputados, o Parlamento, os trabalhadores e tentou enganar o país. E fê-lo porque não quer dar a cara, porque sabe que em muitos casos a situação da requalificação é pior do que o regime de desemprego”, acusou a bloquista.
O comunista Jorge Machado assumiu a mesma posição: “As mais recentes declarações da ministra das Finanças fizeram cair a máscara do Governo de que requalificação não era igual a despedimentos”.
Em defesa do processo em marcha na Segurança Social, que afecta perto de 700 trabalhadores, Artur Rego, do CDS, lembrou que o regime da mobilidade especial foi criado pelo PS e que é preciso compreender que determinadas “funções se tornam obsoletas”. Mariana Aiveca ripostou perguntas: “Profissões obsoletas são o quê? Educadoras de infância? Motoristas?".
Pelo PSD, Duarte Pacheco contraria a ideia de que a requalificação seja um despedimento, o que levou o socialista Mário Ruivo a desafiar a maioria a assumir o que significa este tipo de programa, já que há um coro de vozes no mesmo sentido: “Marco António Costa, que é porta-voz do PSD, veio dizer que este sistema deve ser repetido, é a reforma do Estado que não foi feita. A ministra das Finanças veio repetir o que disse Marco António Costa”.