A franqueza óbvia do SIS

Adélio Neiva da Cruz falou poucos minutos no seu primeiro dia como director do Serviço de Informações de Segurança (SIS). De entre as suas poucas palavras, escolheu dizer que “Portugal não pode considerar-se imune ao terrorismo”.

Parece uma frase óbvia, uma verdade que todos sabemos. Ter sido o chefe do SIS a dizê-la – e não o primeiro-ministro – revela, no entanto, duas coisas: que as secretas consideram importante que os cidadãos não pensem no terrorismo como uma abstracção que só acontece “aos outros” e por isso hoje falam com uma nova abertura sobre o problema. Isso é verdade noutros países europeus. Ontem, em França, por exemplo, foi anunciado o número de pessoas que as autoridades mantêm sob vigilância (três mil). Mas revela também a dessintonia com a mensagem oficial do primeiro-ministro, que mantém um discurso no registo “politiques” que não assusta mas também não informa ninguém.

Sugerir correcção
Comentar