Portugal é o quinto país com mais peso na Taça das Nações Africanas

Estoril é o clube mais atingido da Liga, com três “baixas”, mas são Brahimi e Slimani os pesos pesados do campeonato nacional na Guiné Equatorial.

Brahimi ao serviço da Argélia no Mundial, antes de rumar ao FC Porto
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Yacine Brahimi Philippe Desmazes/AFP
Islam Slimani
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Islam Slimani Maxim Shemetov/AFP
Babanco
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Babanco Reuters
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Gegé
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Gegé Gregório Cunha/AFP

Estas ausências já estavam previstas mas só a partir de hoje os treinadores vão senti-las na pele. Com a concentração dos jogadores junto das respectivas selecções para o arranque da Taça das Nações Africanas (CAN), nove clubes portugueses (oito da I Liga e um da II Liga) são forçados a encontrar alternativas no plantel enquanto decorrer a prova, que arranca a 17 de Janeiro e termina a 8 de Fevereiro, na Guiné Equatorial. O Estoril, que abre nesta noite a 16.ª jornada do campeonato, com um jogo frente ao Moreirense, é a principal “vítima”, cedendo três atletas.

A selecção de Cabo Verde, orientada por Rui Águas, assume-se como a grande cliente da Liga portuguesa, competição na qual recrutou sete jogadores. Dois deles, Babanco e Kuca, têm sido peças nucleares para José Couceiro, tal como o defesa Gegé tem sido importante para o Marítimo, o médio guineense Boubacar para o Nacional ou o avançado camaronês Edgar Salli para a Académica.

Mas os dois jogadores, deste contingente, que mais desequilibram as defesas adversárias pertencem aos quadros de FC Porto e Sporting: os argelinos Brahimi (23 jogos e nove golos) e Slimani (20 jogos e nove golos) assumem-se como as grandes estrelas “portuguesas” na CAN e são duas armas de peso para uma selecção que fez muito boa figura no Mundial 2014.

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No total, são 15 os jogadores que competem nas provas tuteladas pela Liga Portuguesa de Futebol Profissional a marcar presença na Guiné Equatorial, um número que faz de Portugal o quinto país com mais forte representação na competição. O líder deste ranking, como habitualmente, é a França, bem destacada, com 75 atletas (distribuídos por 33 clubes, sendo o mais afectado o Metz, com seis “baixas”), seguido de Espanha (26), Bélgica (21) e Inglaterra (21).

E como olha o treinador do 17.º classificado da Liga francesa para esta razia no plantel? De forma positiva: “Isto permite a outros jogadores aparecerem, terem mais tempo de jogo e actuarem até como titulares. Tudo isto faz parte das contingências que temos de gerir”, desvaloriza Albert Cartier, que poderia até ter perdido mais um elemento, não tivesse o médio guineense Bouna Sarr declinado a selecção para continuar a evoluir no Metz.

O pico de representação dos campeonatos portugueses na principal prova de selecções do continente africano aconteceu em 1998, ano em que o torneio teve como anfitrião o Burkina Faso. Nessa edição, foram 23 os futebolistas presentes, tendo na altura a selecção de Angola contribuído de forma muito significativa para este bolo final, ao recrutar nada menos que 12 atletas em Portugal — Marrocos (cinco), Moçambique (quatro), Guiné (um) e Costa do Marfim (um) completam as contas.

A primeira ocasião em que a CAN, que arrancou em 1957, teve impacto directo em Portugal aconteceu em 1986, com a Argélia a recrutar Rabah Madjer ao FC Porto e a Costa do Marfim a solicitar Abdoulaye Traoré ao Sporting de Braga. Desde então, o contingente nacional tem sofrido oscilações (duas convocatórias em 1990, 20 em 1986, 17 em 2013) mas já serviu, no total, 24 selecções ao longo da história da prova.

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