Coimbra pesquisa novo método para detectar sexo de pinguins

A citometria de fluxo foi aplicada em conjunto por investigadores portugueses, britânicos, espanhóis e búlgaros. Novo método permitiu “a correcta identificação do sexo dos pinguins em mais de 80% dos indivíduos”

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Stringer/Reuters

Como detectar de forma precisa o sexo dos pinguins? Através da citometria de fluxo, possivelmente. Esta foi a técnica utilizada por investigadores da Universidade de Coimbra, do Reino Unido, Espanha e Bulgária, numa pesquisa “pioneira e interdisciplinar”. “Rápida”, “precisa” e “menos dispendiosa”. É desta forma que os investigadores caracterizam este novo método para determinar o sexo de espécies de pinguins. A investigação permitiu também avaliar a sua potencial aplicação noutros animais.

A pesquisa foi aplicada em amostras de duas espécies de pinguins: pinguim gentoo “Pygoscelis papua” e pinguim de barbicha “Pygoscelis antarctica”. Os resultados revelaram que este novo método permitiu “a correcta identificação do sexo dos pinguins em mais de 80% dos indivíduos”. A pesquisa evidenciou, ainda, o “carácter promissor” da citometria de fluxo “para a identificação do sexo de animais com tamanhos de cromossomas sexuais distintos”, adianta a Universidade de Coimbra em nota de imprensa.

Caracterizada por ser “rápida e precisa”, esta técnica permite medir e avaliar um grande número de células em simultâneo e obter a informação detalhada do comportamento de cada uma delas.

“A citometria de fluxo, muito utilizada na área clínica, pode ser uma excelente alternativa aos métodos em uso para sexagem animal, por permitir obter resultados de forma mais rápida e menos dispendiosa”, garante João Loureiro, um dos autores do artigo publicado no “Journal of Experimental Marine Biology and Ecology”.

José Xavier, outro dos autores e coordenador de projectos científicos na Antártida destaca a importância do estudo. “Este importante trabalho faz parte de programas científicos nacionais e internacionais sobre a Antártida em que a Universidade de Coimbra está envolvida, focado em compreender como o Oceano Antártico nos pode levar a compreender o efeito das alterações climáticas, pois o que acontece lá pode-nos levar a perceber melhor o que poderá vir a acontecer no resto do planeta”, argumenta o investigador, acrescentando que “este estudo contribui significativamente para desenvolver melhores técnicas aplicadas à ciência”.

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