Esses cães na plateia...!

A história está cheia de casos de animais que interromperam partidas, mas uns tiveram mais protagonismo do que outros

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Os antigos manuais de râguebi ofereciam perspectivas fascinantes sobre as regras do jogo, expostas de forma sintética de modo a que facilmente pudessem preencher os espaços brancos entre o noticiário da imprensa relativo aos resultados da modalidade.

Um desses tapa-buracos surgiu em Novembro de 1886, na sequência de um jogo entre o Portsmouth Victoria e os Southampton Trojans. Na partida em questão, a certa altura os Trojans chutaram a bola para a área de ensaio e ela acertou num cão vadio, que a fez ricochetear. Um dos atletas do Victoria agarrou então a bola e fez o toque de meta para marcar o ensaio. Os Trojans reclamaram imediatamente da jogada, argumentando que o árbitro deveria declarar a "bola morta" por essa ter tocado num espectador.

Sem efeito durante o próprio jogo, a objecção seguiu depois para a Federação Inglesa. A regra vigente era a de que, se a bola batesse num elemento do público, o ensaio não podia ser autorizado; o conselho jurídico da Federação decretou, contudo, que o ensaio do Victoria se mantinha válido, já que os cães não se enquadravam na categoria de "espectadores".

Feitas as contas, muitos animais interromperam partidas de râguebi antes e depois desse jogo, mas o cão que interveio na disputa entre o Portsmouth Victoria e os Southampton Trojans foi o único que efectivamente influenciou um resultado.

A partir do livro "Rugby Strangest Matches", de John Griffiths

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