No mundo de Horst P. Horst

O Victoria & Albert Museum celebra o rei da fotografia de moda numa exposição.

Foto
Horst P. Horst dirigindo uma sessão com Lisa Fonssagrives em 1949 ROY STEVENS/TIME & LIFE PICTURES/GETTY IMAGES/CORTESIA DO VICTORIA & ALBERT MUSEUM

Irving Penn e Richard Avedon talvez se tenham inscrito mais profundamente na História, mas, para muitos, é ele o rei da fotografia de moda: Horst P. Horst (1906-1999). O mesmo que dizia: “Gosto de fotografar porque gosto da vida. E amo fotografar pessoas mais do que tudo, porque mais do que tudo amo a humanidade.” Foi ele também quem disse: “A moda é uma expressão dos tempos. A elegância é outra coisa.” Podia ser sobre o seu próprio trabalho, a luz e atmosfera das suas composições, que o Victoria & Albert de Londres está a revisitar nesta rentrée (até 4 de Janeiro).

Obedecendo a dez linhas temáticas, Horst: Photographer of Style acompanha 60 anos de carreira – de 1931, quando Horst, de origem alemã, começou a trabalhar com a Vogue, em Paris, com as câmaras de grandes formatos impostas pela Condé Nast, à década de 1980, quando o seu trabalhou começou a ser alvo de atenção de vários museus e o fotógrafo fez novas impressões de muitas das suas imagens anteriores. À alta-costura dedica-se, naturalmente, um dos núcleos da exposição, com muitas impressões vintage dos arquivos da empresa. As influências do movimento surrealista, em muitos casos ligadas às roupas de Elsa Schiaparelli, e às colaborações com Dalí, constituem outro dos núcleos. Depois há os retratos de actores e actrizes – Marlene Dietrich, Bette Davis… –, os nus, os padrões da natureza, as viagens ao Médio Oriente de finais da década de 1940 e princípio dos anos 1950 (a antiga Pérsia, o então novo Estado de Israel, o Líbano…). Fotografias, mas também desenhos, blocos de notas e cartas que Horst arquivou cuidadosamente ao longo de toda a sua vida.

A perda de visão fez com que deixasse de fotografar em 1992. As novas impressões de finais da década de 1980 de trabalhos de décadas anteriores ganharam por vezes novos títulos e luz. A última luz.

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