Pumas dignificaram o justo triunfo All Black

Durante os primeiros 40 minutos a Argentina assustou a Nova Zelândia, mas na segunda parte os neozelandeses justificaram a vitória

Foi a terceira derrota da Argentina em três jogos do Rugby Championship de 2014, mas mais uma vez os adeptos argentinos têm motivos para ficarem orgulhosos na sua selecção e confiantes com o futuro da equipa. Depois de discutirem olhos nos olhos com a África do Sul os dois primeiros jogos, os Pumas foram à Nova Zelândia jogar sem medo e criaram aos All Blacks dificuldades pouco habituais para os neozelandeses quando jogam na sua casa.

Foram 40 minutos iniciais de grande nível da Argentina, o que obrigou a Nova Zelândia em grande parte do primeiro tempo a defender-se das investidas do adversário. Tal como tinha acontecido contra os Springboks, a formação de Daniel Hourcade voltou a mostrar uma enorme competência no duelo entre “packs” avançados e nas formações-ordenadas os argentinos estiverem em grande nível.

Condicionado pela chuva que caiu em Napier, o jogo nunca foi brilhante, mas revelou-se sempre agradável de se assistir, com as duas equipas a procurar sempre praticar um râguebi positivo. Com o encontro pautado pelo equilíbrio, foi preciso esperar pelo minuto 27 para ver o primeiro ensaio. Perante a organizada defesa argentina, os All Blacks resolveram o problema com dois pontapés rasteiros na mesma jogada de Beauden Barrett e Conrad Smith que Julian Savea aproveitou para marcar o primeiro ensaio (8-3).

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A Argentina, no entanto, não baixava os braços. Aos 33’, Sanchez reduziu para 8-6 e, com mais posse de bola e domínio territorial, os Pumas ameaçavam a liderança do marcador neozelandesa, mas na última jogada da primeira parte e na única vez na partida em que os sul-americanos foram batidos numa formação-ordenada favorável, Barrett furou a defesa adversária como tanto gosta e ofereceu a Liam Messam o segundo ensaio. O 6-13 ao intervalo era demasiado penalizador para os argentinos.

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Porém, na segunda parte, com alguns ajustes realizados por Steve Hansen e um banco de melhor qualidade, os All Blacks não deixaram dúvidas de que eram melhores, apesar da bravura e qualidade argentina. E bastaram apenas quatro minutos para chegarem ao terceiro ensaio. Novamente com Berrett como protagonista inicial (o jovem 10 All Black esteve bem a atacar mas mal no jogo ao pé), Savea surge no meio dos três-quartos neozelandeses e, com a defesa argentina desequilibrada, não teve dificuldade em fazer pela segunda vez no jogo o toque de meta: 18-6.

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Pela primeira vez na partida a Nova Zelândia estava claramente por cima e, curiosamente, seria nesse período que a Argentina chegaria a um merecido ensaio, mas a jogada foi injustamente invalidado a Leonardo Senatore.

Os All Blacks tinham, todavia, o jogo na mão e depois de cimentarem a vantagem com duas penalidades de Colin Slade (21-9), garantiram o objectivo de alcançar o ponto de bónus ofensivo aos 73’, quando Aaron Smith fez o quarto ensaio neozelandês que fixou o resultado final em 28-9.

Embora a justiça do triunfo neozelandês seja clara, a Argentina voltou a deixar uma excelente imagem e confirmou que no Rugby Championship qualquer adversário terá que suar muito para derrubar os Pumas.

Resultados:

Austrália-Nova Zelândia, 12-12

África do Sul-Argentina, 13-6

Nova Zelândia-Austrália, 51-20

Argentina-África do Sul, 31-33

Nova Zelândia-Argentina, 28-9

Austrália-África do Sul, 24-23

Classificação:

1.º - Nova Zelândia, 12 pontos

2.º - África do Sul, 9 pontos

3.º - Austrália, 6 pontos

4.º - Argentina, 2 pontos

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