Enfermeiros estão dispostos a fazer mais greves contra a sobrecarga de trabalho e a “exaustão”

Sindicato diz que contratações não são suficientes para substituir enfermeiros que têm saído.

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A emigração de trabalhadores qualificados, como os enfermeiros, está a aumentar. Nuno Ferreira Santos

Os dirigentes do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP) estão dispostos a continuar com greves nos próximos tempos e, para este mês, já marcaram mais três paralisações, uma das quais no Centro Hospitalar de Lisboa Central, enquanto aguardam pela reunião já pedida ao ministro da Saúde.

Depois das greves no Instituto Português de Oncologia (IPO) do Porto e no Centro Hospitalar do Alto Ave (unidade de Guimarães), esta semana, o Sindicato dos Enfermeiros Portugueses já tem agendadas novas paralisações, a primeira na próxima terça-feira, no Centro Hospitalar de Gaia-Espinho, a segunda, no Agrupamento de Centros de Saúde (ACES) de Leiria, na quinta-feira. Para o próximo dia 26, ficou marcada uma greve no Centro Hospitalar de Lisboa Central (hospitais de S. José, Santa Marta, D. Estefânia, Capuchos, Curry Cabral e Maternidade Alfredo da Costa). 

O sindicato contesta sobretudo a falta de recursos humanos e a sobrecarga de trabalho que daí decorre e que tem levado muitos profissionais a um “estado de exaustão”, como sublinha a dirigente Guadalupe Simões.

O Ministério da Saúde responde dizendo que está prevista a contratação de mais enfermeiros, como tem acontecido até aqui, mas os dirigentes do SEP defendem que isto não é suficiente para colmatar as saídas para a aposentação. “O que o ministério tem feito é abrir concursos para permitir a regularização de contratos precários, não está a aumentar o número de efectivos”, diz Guadalupe Simões. No Algarve, exemplifica, "foram admitidos 45 profissionais, quando só o Hospital de Faro necessita de 90".

Segundo o SEP, em todo o país, nos hospitais, centros de saúde, serviços de cuidados continuados, de saúde mental e paliativos e outros organismos do SNS, faltarão cerca de 25 mil enfermeiros, enquanto há milhares no desemprego e mais de 7500 emigraram nos últimos três anos. 

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