Sporting TV arranca nesta quinta-feira e junta-se a outras televisões de clube

Ter canais de televisão próprios é uma opção que cada vez mais clubes estão a tomar em Portugal.

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O Sporting junta-se ao grupo de clubes portugueses com canal de televisão Oxana Ianin

A Sporting TV começa a emitir ao final da tarde desta quinta-feira, quando falta, sensivelmente, um mês para o arranque da época de 2014-15. O emblema “leonino” junta-se assim a outros clubes portugueses com canais de televisão próprios, uma realidade que veio para ficar no nosso país.

O início das transmissões está agendado para as 19h06m, uma hora escolhida propositadamente e que remete para o ano de fundação do clube  "leonino" – 1906. Assim, pouco depois das sete da tarde, o Sporting vê nascer um velho sonho.

A Sporting TV arranca com um especial que inclui a transmissão da gala do clube. Para as nove e meia da noite está marcado outro ponto alto, o primeiro directo com uma entrevista ao presidente, Bruno de Carvalho. A Sporting TV emite não só em Portugal. Chega também a Angola e Moçambique.

O projecto ganhou contornos mais concretos no início de 2011, mas com a turbulência directiva que se sentiu na altura em Alvalade, o plano ficou sem pernas para andar, até agora, com Bruno de Carvalho na presidência.

Ao contrário da Benfica TV, a Sporting TV vai estar disponível de forma gratuita em todas as operadoras mas não poderá transmitir em directo os jogos da equipa principal disputados em casa como sucede com o rival lisboeta .

Outros exemplos

Primeiro foi a Benfica TV, depois o Porto Canal. O Marítimo também decidiu apostar em televisão. Agora o Sporting seguiu o mesmo rumo. Mas há mais projectos em cima da mesa, como o do Sporting de Braga.

A aposta em televisões de clube começou por surgir, em 1998, na Inglaterra, onde o Manchester United foi o percursor da ideia. O conceito chegou a Portugal e o Benfica foi o primeiro clube português a desenvolvê-lo, ao criar a Benfica TV.

Depois de ter passado por uma fase experimental, a Benfica TV estreou-se, como canal gratuito, com uma emissão experimental a 2 de Outubro de 2008. No entanto, passou a ser pago, por assinatura mensal, desde o dia 1 de Julho de 2013. Actualmente, é a única televisão de um clube que transmite os jogos da própria equipa, realizados em casa e disputados na I Liga. “Percebemos que tínhamos uma mais-valia, um engodo, que iria trazer as pessoas ao canal”, e este precisava “de ser pago para continuar a ser sustentável”, explicou Ricardo Palacin, director do canal.

No entanto, a transmissão dos próprios jogos não foi o único isco que levou a Benfica TV a querer fazer parte da lista de canais Premium. Em 2013, o clube adquiriu os direitos de transmissão dos jogos da Premier League, para a época que se iniciava ainda nesse ano, 2013-14, até à de 2015-16. Um conteúdo que é, aos olhos de Ricardo Palacin, “altamente competitivo”.

“A verdade é que os 15 jogos, por ano, do Benfica, realizados em casa, era muito pouco para angariar tantos subscritores como era necessário, daí a necessidade de lutar por um conteúdo [Premier League] que valorizasse a antena da Benfica TV”, confessou o director do canal.

Em Julho de 2013, a Benfica TV alcançou mais de 100 mil subscritores. Um número que foi crescendo de forma consistente ao longo do tempo e que, em Fevereiro de 2014, com o derby Benfica-Sporting, ultrapassou a barreira dos 300 mil.

A 29 de Setembro de 2006 surgiu o Porto Canal com emissões dedicadas à região do Porto. No entanto, como o canal é, desde o dia 1 de Agosto de 2011, gerido pelo FC Porto, passou a incluir programas desportivos relacionados com o clube, com uma intensidade que tem vindo a aumentar. O PÚBLICO tentou contactar o Porto Canal e o FC Porto, na tentativa de perceber como tem decorrido a experiência, mas não obteve respostas.

Já a Marítimo TV – cuja emissão é transmitida na Internet, deu início às suas emissões no dia 20 de Setembro de 2011. A filosofia é semelhante à que esteve na origem do Porto Canal. “Este é um canal direccionado para os maritimistas e para os madeirenses, uma vez que também abordamos temáticas que estão intimamente ligadas à região”, disse ao PÚBLICO a chefe de redacção do canal, Susana Figueiredo. Texto editado por Jorge Miguel Matias

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