Israel retoma os bombardeamentos contra Gaza

Braço armado do Hamas diz que os seus ataques vão aumentar de "ferocidade" e "intensidade".

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Uma casa destruída na localidade de Deir El-Balah, na Faixa de Gaza Ibraheem Abu Mustafa/Reuters

Israel retomou na manhã desta terça-feira os bombardeamentos contra Gaza, depois de o Hamas ter rejeitado o cessar-fogo proposto na véspera pelo Egipto.

O Governo de Israel aceitara uma proposta de cessar-fogo e reabertura das fronteiras de Gaza apresentada pelas autoridades do Egipto, mas o movimento Hamas afirma que não foi ouvido e o seu braço armado prometeu um “aumento da intensidade e da ferocidade” dos seus ataques contra o território israelita.

Na prática, a proposta egípcia consistia em dois grande passos – um cessar-fogo imediato e o início de uma ronda de negociações entre as duas partes no Cairo.

O facto de Israel ter aceite a proposta não constitui uma surpresa, já que o primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, recomendara ao seu conselho de ministro, na segunda-feira à noite, que votasse nesse sentido.

Um porta-voz do movimento islamista em Gaza, Sami Abu Zuhri, disse que os seus líderes não tinham recebido qualquer proposta oficial de cessar-fogo. O responsável limitou-se a repetir as exigências feitas até agora pelo movimento: libertação de prisioneiros palestinianos e o fim das restrições económicas impostas por Israel a Gaza.

Já o braço armado do Hamas, as Brigadas al-Qassam, fizeram saber que vão até reforçar os ataques contra Isael: “A nossa batalha contra o inimigo prossegue e irá aumentar de ferocidade e intensidade”, cita a agência Reuters.

Do lado israelita, havia pouco a perder com um cessar-fogo, após uma semana de bombardeamentos sobre o inimigo. Um dos responsáveis israelitas enviados ao Cairo para negociar a proposta egípcia, Amos Gilad, salientou isso mesmo, ao sublinhar que os ataques das forças de Israel enfraqueceram de forma significativa o Hamas.

“O Hamas fez tudo para atacar Israel e, ao mesmo tempo, pôs o seu próprio povo em grande perigo”, disse Amos Gilad, para quem a proposta do Egipto significa que “as intenções do Hamas não foram bem-sucedidas”.

Este é o 8.º dia de uma guerra entre o Exército israelita e o Hamas, cuja causa directa foi o assassinato de três jovens israelitas e de um jovem palestiniano. Só nestes dias já foram mortas pelo menos 192 pessoas em ataques das forças israelitas, que tentam travar também a queda de rockets do Hamas no seu território.

Segundo os números das Nações Unidas, para além de 192 mortos (a maioria civis), os conflitos já fizeram cerca de 1400 feridos entre os palestinianos. Do lado de Israel ficaram feridas quatro pessoas, mas não há registo de vítimas mortais. Esta é a mais mortífera operação de Israel contra o Hamas desde 2012.

Na última noite – antes do prazo definido na proposta egípcia para o início de um cessar-fogo –, o Hamas terá lançado dois rockets em direcção a território israelita, sem causar feridos ou danos materiais.

Por seu lado, as forças israelitas dizem ter bombardeado 25 alvos em Gaza – todos, de acordo com as mesmas forças, casas ou instalações ligadas ao movimento Hamas.

Os mais recentes ataques israelitas fizeram mais dois mortos entre a população civil, segundo fontes médicas palestinianas ouvidas pela agência Reuters – um homem de 63 anos e uma mulher de 52 anos.

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