Um perigo à solta chamado Thomas Müller

O avançado da Alemanha tem impressionado nos grandes palcos. Só neste Mundial já leva cinco golos.

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A mobilidade e o poder de fogo são os principais atributos de Patrik Stollarz/AFP

É normal que um jogador se sinta pressionado durante os Mundiais, mas isso não acontece com Thomas Müller. O avançado da Alemanha transforma-se durante os Campeonatos do Mundo e isso foi visível em 2010 e agora, em 2014, depois dos cinco golos que marcou, até ao momento, durante toda a competição, ajudando a levar a Alemanha até à final.

O jovem de 24 anos começou a sua carreira na formação do clube alemão Bayern Munique, onde está até agora. Depressa se tornou numa opção fixa no plantel embora, por vezes, possa ser ofuscado por Ribéry, Robben e outros talentos do clube. No entanto, é nos Mundiais que o jovem se tem destacado: em 2010 marcou cinco golos em seis jogos mas ficou de fora na queda alemã, frente à Espanha, nas meias-finais. No final da competição, levou para casa o título de melhor marcador jovem e a bota de ouro da FIFA.

Quatro anos depois, Müller entrou no Mundial em excelente forma, marcando um hat-trick que não deixou ninguém indiferente no jogo frente a Portugal. Nem mesmo o seu treinador, Joachim Löw: “Thomas é um jogador muito incomum. Como treinador, nem eu consigo prever a trajectória dele em campo. Ele tem um objectivo sempre que entra em campo: como é que faço um golo? Isso torna-o muito perigoso”, declarou o seleccionador, depois da goleada que a selecção alemã aplicou a Portugal. Além de ter marcado um golo frente aos EUA e de ter sido considerado o homem do jogo, Müller voltou a acertar nas balizas adversárias, na passada terça-feira, quando a Alemanha venceu o Brasil por 7-1. No total, soma cinco golos na prova, sendo o melhor marcador dos germânicos, à frente de, por exemplo, Miroslav Klose que, com dois golos apontados no Brasil - totaliza 16 remates certeiros - ultrapassou o recorde histórico que estava na posse do brasileiro Ronaldo (15).

A história de Klose nos Mundiais começou em 2002, quando marcou cinco golos, na Coreia do Sul e Japão. Mas foram precisos mais três Campeonatos do Mundo para que o alemão – natural da Polónia – batesse o recorde. Já Müller, em apenas duas competições mundiais e com uma final ainda para disputar, marcou 10 golos.

Há quem acredite que o jovem avançado da selecção alemã ultrapassará o recorde de golos em Mundiais. Uma opinião de alguém que também já fez história pela Alemanha e tem 14 golos apontados às balizas adversárias em Campeonatos do Mundo, sendo uma lenda para a selecção germânica. Gerd Müller, citado pelo jornal alemão Bild, admite que o jovem Thomas Müller ultrapassará o recorde de golos em competições deste formato, uma vez que ainda tem mais “dois ou três Mundiais pela frente”.

A verdade é que o jovem Müller já atingiu um patamar onde poucos conseguem chegar: Rahn (10 golos), Sandor Kocsis e Klinsmann (11 golos), Just Fontaine (13 golos), Gerd Müller (14 golos), para além do já referido Ronaldo (15).

Com a sua movimentação, instinto pelo golo, facilidade em jogar em ambos os lados do relvado e a eficácia nos cabeceamentos, Müller é um “raro diamante”, como a imprensa internacional gosta de lhe chamar. Só na Taça da Alemanha, na época passada, o alemão marcou oito golos em apenas cinco jogos, tendo sido o melhor marcador desta competição. Sintomático. Texto editado por Jorge Miguel Matias

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