Adesão à greve é "sinal claro" para que Controlinveste suspenda despedimento

Cerca de 140 trabalhadores - dos quais 60 são jornalistas - estão abrangidos pelo anunciado despedimento colectivo no grupo que detém JN, DN, TSF, Dinheiro Vivo e O Jogo.

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O Diário de Notícias é um dos principais títulos do grupo de Joaquim Oliveira Pedro Valente/Arquivo

O Sindicato dos Jornalistas considerou ontem que a adesão à greve na Controlinveste, que chegou a 100% na Notícias Magazine e a 78% na TSF, é um "sinal claro" para que o grupo suspenda o despedimento colectivo.

Os trabalhadores da Controlinveste - grupo de comunicação social que integra Jornal de Notícias (JN), Diário de Notícias (DN), TSF, Global Imagens, Notícias Magazine, Dinheiro Vivo e O Jogo - estiveram até à meia-noite de da passada sexta-feira em greve contra o anunciado despedimento colectivo de cerca de 140 trabalhadores, dos quais mais de 60 são jornalistas.

Já fonte oficial da Controlinveste disse à agência Lusa que os dados finais indicam que a adesão à greve na empresa (incluindo todos os trabalhadores do grupo e não apenas os jornalistas) foi de 12% e garantia ontem que "os jornais [do grupo] estariam hoje nas bancas.

Segundo avançou à agência Lusa o presidente do Sindicado dos Jornalistas, Alfredo Maia, a totalidade dos jornalistas da Notícias Magazine fez greve. Na rádio TSF, 78% dos repórteres também aderiram à paralisação, que alcançou mesmo os 100% em dois turnos do dia.

A adesão à greve alcançou 60% dos jornalistas da redacção de Lisboa do JN, enquanto na sede se ficou pelos 34% e ultrapassou os 33% na sede do DN e os 66% na redacção do Dinheiro Vivo no Porto, segundo números do Sindicato de Jornalistas.

"Na Global Imagens, no Porto, não trabalhou qualquer repórter e, em Lisboa, apenas trabalharam dois", indicou Alfredo Maia. No jornal O Jogo, a greve "teve pouca expressão". "Esta adesão leva-nos a reforçar o apelo à administração para que suspenda este processo de despedimento colectivo e a exortar ao reforço da unidade entre trabalhadores para continuar a lutar", afirmou o sindicalista. 

O responsável recordou que esta greve terminou uma semana de luta que se iniciou com uma vigília à porta da sede do Diário de Notícias na segunda-feira, mas lança também uma nova ronda de reuniões para negociações. "A nossa expectativa é de que a administração olhe para estes sinais e recue", disse.

Alfredo Maia assegurou que o Sindicato dos Jornalistas vai continuar trabalhar para "proteger os postos de trabalho e garantir o futuro das publicações" em causa.

Os números do sindicato não incluem os trabalhadores de férias, de folgas ou dispensas, nem aqueles que, perante o anúncio de despedimento, pediram dispensa do dever de assiduidade. Não incluem também os referentes aos trabalhadores da Controlinveste representados pelos sindicatos dos Trabalhadores de Telecomunicações (STT) e dos Trabalhadores das Indústrias Transformadoras (SITE Norte e Centro, Sul e Ilhas), que também tinham apresentado um pré-aviso de greve.

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