Batalha apresenta medidas para travar danos estruturais ao Mosteiro causados por trânsito rodoviário

Autarquia está a ultimar dossier com conjunto de medidas que irão ser apresentadas ao primeiro-Ministro e ministro da Economia.

Foto
Paulo Ricca

O Mosteiro da Batalha tem vindo a sofrer graves danos estruturais devido ao ruído da estrada (EN1/IC2) que passa ao pé do monumento nacional.Para tentar minimizar esta ameaça, a autarquia preparou um plano que irá apresentar ao Governo,

“A pedra apresenta sinais de deterioração e alguns rendilhados góticos, obras muito detalhadas, estão a cair aos bocados”, relata o presidente da Câmara Municipal da Batalha, Paulo Baptista Santos (PSD).

A situação tem vindo a piorar, pelo que peritos do Laboratório de Ruído e Vibrações do Instituto de Soldadura e Qualidade (ISQ) foram chamados para avaliar a situação do monumento que é considerado Património da Humanidade pela UNESCO. De acordo com as leituras feitas por estes especialistas, o ruído que se sente no interior do mosteiro ultrapassa em cerca de dez decibéis o limite legal imposto pela Lei do Ruído. A causa reside na passagem de trânsito na estrada nacional localizada em frente ao monumento, que tem servido de alternativa à A19.

O autarca defende que este novo estudo “vem dissipar dúvidas que ainda existam sobre a necessidade de intervenção no Mosteiro da Batalha”.

Face a estes resultados, a câmara está a concluir um dossier a ser apresentado ao Governo, onde se propõe várias medidas para controlar a situação. Entre estas está a modelação das portagens na alternativa à A19 - com descontos para pesados - e a redução da faixa de rodagem na frente do Mosteiro para reduzir as vibrações e a emissão de poluentes.

“O Mosteiro, monumento Património Mundial da Humanidade, está a degradar-se a olhos vistos, em consequência da passagem de veículos pesados na EN1 (IC2), porque a alternativa criada – a A19 – não cumpre o objectivo. Foram gastos milhões de euros numa alternativa rodoviária que, afinal, não assegura a preservação do monumento”, lê-se no comunicado da autarquia.

“A Batalha não reclama um tratamento de excepção no pagamento de portagens na A19, apenas reclama a aplicação nesta via, por razões ambientais e de preservação de um Património da Humanidade, do regime de modulação do valor das taxas de portagem em benefício, sobretudo, dos veículos pesados de mercadorias”, refere o presidente da câmara no comunicado.

A reivindicação de medidas para impedir a deterioração do monumento não é nova: já no anterior mandato, em 2012, haviam sido feitos pedidos ao Governo para abdicar das receitas da A19 em prol da conservação do Património.

O autarca considera que o que tem sido feito até agora pelo governo central tem sido “nada ou muito pouco” mas que é um de todos se apresentarem em defesa do monumento. 

Sugerir correcção
Comentar