Quando o Brasil tremeu, Neymar resolveu o problema a Scolari

Com dois golos do avançado do Barcelona, os brasileiros venceram os Camarões por 4-1 e evitaram a Holanda.

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Reuters

Quando o Brasil precisou, houve Neymar e Luiz Felipe Scolari evitou um indesejado confronto frente à Holanda nos oitavos-de-final do Mundial 2014. Apesar de um ligeiro susto na primeira parte, os brasileiros cumpriram a obrigação de derrotar os Camarões (4-1), garantiram o primeiro lugar do Grupo A e vão agora viajar para Belo Horizonte onde terão pela frente no próximo sábado o Chile, selecção contra quem a “canarinha” tem um óptimo currículo: nove vitórias e um empate nos últimos dez duelos.

Após o entretido jogo com o México, onde houve mérito mexicano na exibição assim-assim do Brasil, Scolari voltou a ter todos os trunfos à sua disposição. Com Hulk de regresso, o seleccionador brasileiro repetiu pela oitava vez o seu “onze-tipo”, tornando a equipa que iniciou a partida em Brasília a mais utilizada neste século pelo Brasil. À semelhança das escolhas de Scolari, as contas do apuramento brasileiro eram igualmente simples: a vitória ou o empate colocavam a “canarinha” nos “oitavos”, a derrota também, se o México vencesse. Mais complexo seria assegurar o primeiro lugar e um triunfo podia não chegar para evitar um duelo com a Holanda – uma vitória do México deixaria a definição da liderança dependente do saldo de golos marcados e sofridos.

E para evitar o indesejado confronto com a Holanda – apenas uma vitória brasileira nos últimos sete duelos -, o Brasil entrou com a corda toda, criando boas oportunidades nos primeiros três minutos. O arranque fazia antever uma noite tranquila para Scolari, mas não foi isso o que aconteceu. Já afastados e favoritos a vencer o prémio de equipa caótica do Mundial 2014, a problemática selecção dos Camarões mostrou ousadia. Sem as conflituosas “estrelas” Song, Eto’o e Assou-Ekotto em campo, a equipa de Volker Finke parecia descomplexada, mais competente do que nos encontros anteriores e obrigou a defesa brasileira a aplicar-se aos 9’ e 13’.

O Brasil tremeu, mas aos 17’ Luiz Gustavo inventou o golo 100 do Mundial 2014: após recuperar a bola a meio-campo, o médio do Wolsburgo assistiu de forma perfeita Neymar para o 1-0. O nó parecia desatado, mas o lado masoquista deste Brasil voltou a evidenciar-se. Após o golo na própria baliza de Marcelo no jogo inaugural, Thiago Silva esteve quase a imitar o companheiro aos 25’. Na sequência do canto, Joel Matip cabeceou à barra e, 20 segundos depois, o central do Schalke, perante a passividade da defesa do Brasil, fez o único golo dos Camarões no Mundial.

O Brasil voltava a denotar fraquezas, Scolari abria os braços, mas se Suárez tem resolvido os problemas do Uruguai, Robben da Holanda e Messi da Argentina, quando os brasileiros necessitam há Neymar: aos 35’, o avançado pegou na bola, deixou um adversário para trás e à entrada da área rematou para o fundo da baliza. O quarto de Neymar na competição terminava com o atrevimento africano.

Com tudo a zero entre mexicanos e croatas ao intervalo, o Brasil não precisava de se preocupar com a diferença de golos, mas no início da segunda parte surgiu um dos momentos mais desejados por Scolari. Depois de ameaçar aos 47’, o mal-amado Fred (em fora de jogo) fez de cabeça o 3-1. O jogo estava resolvido e Scolari poupou Neymar nos últimos 20 minutos, mas três golos mexicanos de rajada contra a Croácia ainda lançaram a dúvida sobre o desfecho do grupo. Mas o 4-1, autoria de Fernandinho aos 84’, terminou com as dúvidas. No Mineirão haverá duelo sul-americano.

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