Sintra prepara exploração de auto-silos das estações de Barcarena e do Cacém

A exploração será entregue à Empresa Municipal de Estacionamento de Sintra (EMES).

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O auto-silo tem 305 lugares e custou 1,7 milhões de euros Tiago Machado

Rede Ferroviária Nacional vai concessionar ao município de Sintra os auto-silos das estações de Massamá-Barcarena e de Agualva-Cacém, que vão permanecer fechados até à conclusão do processo para a sua exploração.

"Até há um mês, estavam a resolver alguns problemas no Cacém, mas a breve trecho serão assinados protocolos com a Câmara para exploração dos dois silos", disse à agência Lusa o vereador do Trânsito e Mobilidade Urbana na Câmara de Sintra, Luís Patrício (PSD). A exploração será entregue à Empresa Municipal de Estacionamento de Sintra (EMES).

A empreitada de quadruplicação da via entre Monte Abraão e o Cacém foi consignada em Janeiro de 2008. Os trabalhos, com a remodelação das estações de Barcarena e do Cacém, deviam ficar concluídos em meados de 2011, mas só agora estão a terminar.

Em Barcarena, os dois pisos inferiores da nova estação que serve a zona urbana de Massamá, com capacidade para 585 veículos, já estão infra-estruturados. No espaço, pronto há mais de um ano, faltam os equipamentos e algumas lojas da estação estão por concessionar.

O auto-silo de quatro pisos no Cacém, para 308 viaturas, foi construído separado da estação, paralelo à linha férrea. O edifício ficou praticamente pronto em 2011, mas permaneceu fechado e à mercê dos graffitis.

O secretário de Estado dos Transportes inaugurou a estação em Maio de 2013, com os espaços exteriores e o interface rodoviário subterrâneo por acabar. Estas áreas já funcionam, mas na estação existem espaços comercias vazios.

Fonte do gabinete de comunicação e imagem da Refer confirmou os "contactos com o município de Sintra para a concessão/exploração dos parques de estacionamento". No auto-silo de Agualva-Cacém, "a supressão das deficiências identificadas e as reparações estão concluídas", garantiu a porta-voz da empresa.

Os trabalhos adicionais incluíram o alargamento das rampas de acesso no interior do silo, para evitar danos nas viaturas, problema detectado na fase de recepção provisória da obra.

O vereador Luís Patrício espera abrir os parques "ainda este ano". A incerteza no prazo deve-se à necessidade de lançar concursos para instalação eléctrica, cancelas, máquinas de pagamento e sistema de videovigilância.

"Todas as medidas tomadas na Linha de Sintra têm sido para empurrar as pessoas para o IC19", criticou Rui Ramos, da Comissão de Utentes da Linha de Sintra, defendendo que o estacionamento junto das estações "devia ser aberto aos utilizadores dos transportes colectivos e não só dos comboios".

Os parques perto das estações das Mercês, Rio de Mouro e Monte Abraão estão subaproveitados. A tarifa máxima diária de 1,5 euros ou avenças de 20 euros não convencem os automobilistas.

A EMES, segundo Luís Patrício, está a estudar "um preço apelativo" para atrair utentes aos parques. Quem tiver passe da CP terá um cartão de acesso por um montante mais acessível, ainda por determinar.

"Estamos a negociar para que a coroa 3 do L123 passe a abranger Meleças", revelou o autarca, confiante que a medida também alivie a pressão sobre outros parques procurados por muitos residentes de Mira-Sintra.

A modernização dos 4,5 quilómetros de via-férrea desde Monte Abraão custou 59 milhões de euros, dos quais 16 milhões gastos na estação de Agualva-Cacém.

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