Autoestradas com separador central móvel? Mas como?

Seria óptimo poderem-se aproveitar as faixas do separador central, quando as mesmas estão vazias, para melhor escoar o trânsito, isso ninguém duvida, mas como?

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Paul Hanna/Reuters

Para quem vive em zonas suburbanas, nos arredores das grandes cidades, as viagens de e para o interior das mesmas podem ser uma tortura a cada dia que passa, a cada “hora-de-ponta” que se repete. Ainda é mais difícil viver esse “pára-arranca” quando, do outro lado do separador central, estão 2, 3 ou mais faixas completamente vazias. Seria óptimo poderem-se aproveitar essas faixas para melhor escoar o trânsito, isso ninguém duvida, mas como?

Em Barcelona, há bastantes anos que, em hora de ponta, uma ou duas faixas são disponibilizadas “fora-de-mão” (com a sinalização devida) para quem faz a ligação directa entre um ponto de portagem e a Avenida Diagonal, ou vice-versa (a existência do separador central impede a saída em pontos intermédios). Além deste tipo de iniciativas, há muito que a optimização dos processos de pagamento de portagens (soluções de pórticos tipo Via Verde) e o crescimento do número de faixas se têm mostrado largamente insuficientes face ao número de utilizadores das “vias de trânsito rápido”.

Como solução alternativa e original, desde o ano passado que os EUA testam um veículo (batizado de “Barrier Transfer Machine”) que faz a movimentação do separador central na Interstate-15 de San Diego, circulando a uma velocidade de aproximadamente 10 Km/h e parecendo mais um “fecho éclair” (ou “zipper”) que reposiciona os blocos de cimento que constituem o separador, mas sem que haja necessidade de intervenção humana fora do veículo, seja para sinalização ou ajuste das barreiras.

Facilmente, e pensando na configuração suburbana mais comum em Portugal, uma auto-estrada poderia ter 4 faixas num sentido e 2 noutro durante a manhã, sendo que teria o oposto à tarde; um “zipper” demoraria 2 horas, a meio do dia, enquanto o tráfego é mais baixo, para fazer o ajuste em 20 Km de via, sem obrigar a interrupções de circulação de qualquer tipo.

Num mundo onde se diz que “rico não é o país onde os pobres andam de carro, mas sim o que tem os ricos a andarem de transportes públicos”, fica a dúvida se esta evolução tecnológica terá aplicabilidade à escala global ou estará condenada à partida.

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