A geração de João Paulo II

João Paulo II foi uma espécie de patriarca, de anjo-da-guarda, de referência moral.

Milhões de pessoas em todo o mundo preparam-se para a solene canonização do Papa João Paulo II (1978-2005), a 27 de Abril próximo.

Nós, tal como muitos milhões de seres humanos, pertencemos à "geração de João Paulo II".

Desde que nos conhecemos e temos memória, sempre vimos João Paulo II como Papa. Nascemos no ano de 1979, no mês de Fevereiro, e João Paulo II tinha acabado de assumir, há poucos meses, a responsabilidade de Sumo Pontífice, em Outubro de 1978.

E quando João Paulo II faleceu, em 2005, tínhamos 26 primaveras.

Nos primeiros 26 anos em que a nossa vida se foi fazendo, este Papa apontou o caminho a toda a nossa "geração".

Karol Wojtyla, seu nome de baptismo, soube conquistar a confiança e a admiração de todos.

Crescemos e fizemo-nos adultos com a imagem de João Paulo II sempre presente. Assistimos, e com muita atenção, àquilo que foi a luta pela vida deste Homem nos últimos anos da sua existência sobre a Terra, especialmente os últimos meses, que foram de um sofrimento atroz para o próprio e para todos nós, que sempre nos habituámos a ver em João Paulo II um lutador e um guerreiro imbatíveis.

Um lutador desde os primeiros instantes da sua vida terrena até aos últimos momentos.

João Paulo II foi uma espécie de patriarca, de anjo-da-guarda, de referência moral.

Contudo, João Paulo II não foi apenas Papa.

Também foi uma criança que perdeu a sua família muito cedo.

Foi um jovem como tantos de nós.

Foi um estudante aplicado. Mas foi também um desportista, actor, operário fabril, padre, professor, bispo, cardeal e um Homem pronto a lutar e a resistir às maiores adversidades que as várias circunstâncias da vida lhe colocaram no caminho.

João Paulo II foi uma lição. Agora, quando nos preparamos para a sua solene canonização, devemos recordá-lo por aquilo que disse. Devemos recordá-lo por aquilo que nos ensinou. Devemos recordá-lo por aquilo que viveu.

Na nossa época tão conturbada, quantos serão os que necessitam do seu socorro?

Aqueles que perderam a situação abastada e fácil em que viviam, os inebriados por êxitos inesperados, os que perderam o senso da medida e das elegâncias morais.

Quantos bens para recuperar?

Que o especial Amor de João Paulo II a Maria e a sua oração confiante nos ajudem a alcançar o dom da Fé e a crença num futuro melhor.

Professor e investigador de História

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