Sudão, nome de guerra: assassínio

Não há guerras “limpas” ou isentas de crimes, mas o que se passa no Sudão do Sul, em pleno século XXI, é a mais pura barbárie. Os rebeldes que combatem o Presidente Salva Kiir (etnia dinka) por conta do ex-vice-presidente Riek Machar (etnia nuer) matam sem dó nem piedade todos os que são da etnia do Presidente. Seja em igrejas, mesquitas ou hospitais, nada trava o seu ímpeto sanguinário. Perguntam pela etnia e matam. Separam os “seus” dos “outros” e matam os “outros”, sejam homens, mulheres ou crianças. E também matam os “seus”, como sucedeu no hospital de Bentiu, só porque eles se tinham escondido dos “libertadores”, recusando a juntar-se à orgia de sangue. Até uma base da ONU assaltaram, matando 58 civis. “Crime de guerra”, disse-se no Conselho de Segurança. Mas até a ideia de “crime de guerra” parece desfocada desta inominável vaga de assassínios a que o mundo chama guerra. Tem de haver um travão para isto.

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