Avalanche mata 12 guias na subida ao Evereste

Há ainda quatro pessoas desaparecidas. Acidente ocorre no momento em que se inicia a época mais concorrida de escalada do mais alto pico do mundo.

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Acidente ocorreu no início da época mais concorrida de escalada ao cume GOPAL CHITRAKAR/REUTERS

Pelo menos 12 guias de montanha nepaleses morreram numa avalanche no monte Evereste, naquele que será o pior acidente do género no mais alto pico do mundo. A avalanche ocorreu na manhã desta sexta-feira, na rota preferida para o cume, com 8850 metros, e num momento em que se está a iniciar a época mais concorrida de escalada ao Evereste.

A melhor altura para subir ao pico são as duas semanas a partir de 15 de Maio. Antes disso, os guias e os montanhistas preparam-se para a escalada, fixando-se nos acampamentos na base de partida, aclimatando-se à altitude e preparando os equipamentos.

Foi nesse momento de preparação que a avalanche se precipitou, às 6h45, num local conhecido como “campo de pipocas”, a 5800 metros de altitude, porque tem formações de gelo que parecem pipocas, situado um pouco acima do campo-base de onde partem as expedições. Quatro outras pessoas estão desaparecidas e seis feridas, diz o New York Times, que cita um porta-voz do Ministério do Turismo do Nepal.

Segundo a Associated Press, os guias sherpa tinham saído do acampamento e escalado a encosta para fixar cordas e preparar o caminho aos alpinistas estrangeiros, quando foram surpreendidos pela avalanche.

A massa de gelo e de neve apanhou um grupo de cerca de 50 pessoas, a maior parte guias locais. Uma operação de busca e salvamento está em curso, com recurso a quatro helicópteros, mas continua a cair um forte nevão.

O porta-voz governamental disse ainda que os alpinistas resgatados receberam tratamento médico no campo-base do Evereste, mas não referiu detalhes sobre o seu estado de saúde.

O Evereste, com uma altitude de 8848 metros, é a montanha mais alta do mundo. Depois da conquista do cume, em 1953, pela dupla formada pelo neozelandês Edmund Hillary e o sherpa nepalês Tensing Norgay, já mais de 3000 pessoas cumpriram a escalada até ao topo. Mas dezenas já morreram em tentativas falhadas.

O livro Into Thin Air, que se tornou um best-seller mundial, faz o relato de uma trágica expedição em 1996, quando oito alpinistas morreram numa tempestade. O autor e narrador, Jon Krakauer, foi um dos sobreviventes: no livro, o jornalista descreve o ambiente de feroz concorrência e competição entre as várias agências de alpinismo.

Esse ano foi o mais mortífero em termos de escaladas ao Evereste, com 15 mortes. Em 2006, o registo aponta 12 vítimas na escalada.

Este ano, o Governo nepalês concedeu licenças a 334 alpinistas estrangeiros para a expedição até ao topo. Segundo disse à CNN Dipendra Poudel, dos serviços de montanhismo, os visitantes seriam acompanhados por cerca de 400 guias sherpa.

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