COP lamenta que atletas possam ficar sem apoio médico por falta de pagamento

Salários em atraso nos Centros de Medicina Desportiva em risco de gerarem uma paralisação do apoio médico.

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O Comité Olímpico Egípcio diz-se chocado Foto: Glyn Kirk/AFP

O Comité Olímpico de Portugal lamentou nesta quarta-feira que existam atletas em risco de ficar sem apoio médico por existirem médicos e fisioterapeutas nos Centros de Medicina Desportiva sem receber há meses e apelou a uma resolução rápida do problema.

Um médico de um dos Centros de Medicina Desportiva confirmou à Lusa, sob anonimato, que existem neste momento vários médicos, fisioterapeutas e enfermeiros – integrados nos centros de Lisboa, Porto e Jamor – sem vínculo contratual e sem receber ordenado há dois meses, conforme avançou a rádio Antena 1 na terça-feira.

Os clínicos ameaçam parar as actividades que desenvolvem junto dos atletas de alta competição a partir de segunda-feira, caso os ordenados em atraso não sejam repostos até final do mês, uma situação que a Comissão de Atletas Olímpicos conhece e considera que pode pôr em causa a preparação dos desportistas.

Questionado pela Lusa, o Comité Olímpico de Portugal (COP) admitiu que "apenas teve conhecimento desta matéria pelas notícias vindas a público", pelo que não irá "tecer comentários" por não estar "na posse de todos os dados". "Contudo, obviamente, lamentamos a situação e esperamos que a mesma se resolva o mais rapidamente possível, sem que seja posta em casa a preparação dos atletas", considerou o COP numa posição oficial enviada por escrito.

O organismo ressalvou, no entanto, que entregou ao secretário de Estado da Juventude e do Desporto, Emídio Guerreiro, um parecer no qual se "disponibilizava para que o COP tivesse um papel activo na gestão directa dos Centros de Medicina Desportiva", actualmente sob a tutela do Instituto Português do Desporto e da Juventude (IPDJ).

A Lusa tentou, sem sucesso, obter do IPDJ um comentário oficial sobre a questão dos salários em atraso e eventual atraso na preparação dos atletas, e também não teve resposta do director do Centro de Medicina Desportiva de Lisboa, Raul Pacheco.

Os Centros de Medicina Desportiva são locais a que os atletas de alta competição podem recorrer para consultas e tratamentos de fisioterapia, psicologia, nutrição e, no caso da Unidade de Controlo do Treino, no complexo do Jamor, aconselhamento e acompanhamento de treino, avaliação da morfologia e composição corporal, bem como avaliação biomecânica.

A 11 de Fevereiro, o secretário de Estado do Desporto e Juventude assinou o Contrato-Programa de Desenvolvimento Desportivo e Programa de Preparação Olímpica Rio 2016, anunciando na altura que os apoios para o ciclo olímpico para o Rio2016 terão um aumento de 8% relativamente a Londres2012, "exclusivamente orientados para a obtenção de resultados".

Emídio Guerreiro reiterou também na altura que o orçamento para 2014 contempla "um aumento de 6% das verbas destinadas ao desporto".

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