Manuel Casimiro pinta a vermelho em Macau

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A exposição do artista português em Macau é uma aproximição aos códigos da pintura chinesa

Pintar a ideia, mais do que imitar o real. É este o programa da exposição que Manuel Casimiro (Porto, 1941) vai levar a Macau em Março, com inauguração no dia 7 na Tap Seac Gallery, uma dependência do Instituto Cultural do Governo deste ex-território português. “Na pintura chinesa, não haverá a preocupação de imitar o mundo, mas antes de o convocar de um modo sensível, privilegiando a representação de paisagens, onde figuram montanhas (yang) e água (yin). Pintar uma paisagem é revelar a profundidade espiritual e subjectiva”, escreve o pintor no texto de apresentação da sua estreia em terras da China.

Num conjunto de 144 obras, Manuel Casimiro associa alguns trabalhos que tem no seu acervo de mais de três décadas de carreira a outros que criou nos últimos dois anos propositadamente para levar a Macau. Neles pintou montanhas e rios, jogos e muito vermelho, a cor que, na cultura chinesa, “aniquila os poderes nefastos, exprime felicidade e é também a cor do sangue, da vida e do poder”, escreve o artista.

Acompanhando a exposição, que tem por título Pintar a ideia, e que vai manter-se na galeria macaense até 3 de Maio, Manuel Casimiro fará também, no dia 11 de Março, uma “aula aberta” ao público interessado, que retoma o figurino da palestra que apresentou, no passado mês de Dezembro, na Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto.

Depois da exposição em Macau, Manuel Casimiro tem prevista a realização de nova exposição no próximo mês de Outubro, na Casa Fernando Pessoa, em Lisboa, onde mostrará uma série de 30 pequenas pinturas inéditas inspiradas na obra do autor de O Livro do Desassossego.

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