E se houvesse sites estáticos para quem não percebe de programação?

Hugo Gomes está a desenvolver um projecto de criação de sites estáticos. Plataforma tem semelhanças com o WordPress ou o Joomla, mas será mais rápida, segura e fácil de usar

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Mike Blake/Reuters

Um engenheiro informático português, afecto à Universidade Nova de Lisboa, está a desenvolver um projecto original de criação de sites estáticos, que vai permitir a todos, mesmo aqueles que "não entendem a fundo de tecnologia", ter a sua página pessoal.

A tecnologia que Hugo Gomes está a desenvolver tem sido usada apenas por programadores, inclusive na maior rede social de programadores. O objectivo do investigador é que, agora, seja usada também pelos que "nem sequer entendem de linguagem de programação", mas que precisam de ter um site e pretendam manipular, numa base quase constante, toda a informação que querem ter online de forma rápida e intuitiva.

Numa das salas do departamento de informática da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas (FCSH), Hugo Gomes desenha nas horas vagas o projecto que tem nas suas mãos, mas pensado por uma professora da Universidade Nova. Embora não tenha data para terminar, Hugo Gomes tem já definido o grupo-alvo preferencial: a comunidade estudantil. Mas pretende que seja extensivo aos institutos, jornais e blogues, que não dispõem de verbas para contratar empresas para fazer um site, ou um "layout".

"Este é um projecto que permite fazer sites para qualquer pessoa, tal como o WordPress faz, ou o Joomla, ou mesmo qualquer outra tecnologia desse género que é usada para fazer sites com temas e 'layout' à medida daquilo que as pessoas querem", resume o programador. A diferença entre esta iniciativa e as que já existem, e são bastante usadas a nível da União Europeia, é que o futuro projecto "made in Portugal" vai "permitir que os sites tenham uma carga mínima para o servidor".

"Os geradores de sites estáticos como este são bastante comuns e utilizados na comunidade de programadores, pelo menos os que levam os seus sites pessoais mais a sério. Como ainda é uma área que está num domínio muito técnico não tem saído cá para fora, para a esfera de utilizador e pessoas que querem ter o seu site pessoal", explica. Segundo explica Hugo Gomes, este processo de geração e administração de sites estáticos pode ser feito num computador pessoal em offline. Assim que o site estiver editado, ele vai estar visível online e disponível para todos os acessos. Daí ser muito mais rápido cada acesso, até porque o servidor não tem que estar a gerar um site a cada pedido.

"O servidor que vai correr o site final vai estar a fornecer às pessoas um site muito rápido, do mais rápido que é possível ter, porque este gerador, ao contrário de outros, quando gera o site gera-o todo de uma só vez", assegura Hugo Gomes. "Os sites gerados por este sistema são muito mais seguros do que os sites habituais do WordPress, ou outros, porque o que acontece com a tecnologia que é usada no WordPress é que, a cada pedido que a pessoa faz, a página é gerada na altura em que a pessoa pede, podendo ficar vulnerável a ataques", afirma.

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