Simpósio internacional prepara Dicionário Enciclopédico da Madeira

Figuras do pensamento contemporâneo debatem no Funchal, amanhã e sábado, saberes para o XXI.

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A nova deliberação foi tomada depois de uma nova queixa que a empresa Diário de Noticias da Madeira fez à ERC Foto: Pedro Cunha

O simpósio internacional “Que Saber(es) para o Século XXI? História, Cultura e Ciência na/da Madeira”, a decorrer esta sexta-feira e sábado no Funchal, constitui o primeiro evento público do processo de preparação do Dicionário Enciclopédico da Madeira.

“Deseja-se que o simpósio seja um espaço de encontro e de diálogo formativo e construtivo sobre o processo de pesquisa e de elaboração dos textos para a obra enciclopédica em preparação”, sublinha José Eduardo Franco, impulsionador do projecto “Aprender a Madeira” e coordenador da respectiva comissão científica. Será “um primeiro grande evento científico para partilhar e debate a pesquisa e sistematização de saber em curso”. 

Como refere José Eduardo Franco, especialista em História da Cultura e director do CLEPUL da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, “o século XXI que estamos a percorrer exige-nos, pelo contexto novo que está a forjar em vários planos, repensar os velhos paradigmas e encontrar novos caminhos e novas medidas de ver e analisar a realidade a vários níveis” desde a política, passando pela economia, até ao mundo da cultura e da ciência. Foi por isso, justifica o também poeta e ensaísta, que “foram também convidados especialistas de reconhecido prestígio nacional e internacional para reflectir connosco, no quadro deste simpósio e da preparação do Dicionário Enciclopédico da Madeira, sobre esta grande questão orientadora: Que saber enciclopédico somos chamados a construir para o nosso tempo, um tempo radicalmente novo, um tempo grávido de um futuro que temos a responsabilidade de gerar e de fazer nascer”.

Uma vez que “a principal finalidade desta operação científica é servir a comunidade mais alargada constituída por madeirenses e por todos os que têm interesse em conhecer melhor e de forma aprofundada e abrangente a Madeira, enquanto região insular com uma história e uma cultura distintas no panorama nacional e internacional”, o simpósio estará também aberto à participação de todos que queiram vir beneficiar deste espaço de partilha de conhecimento interdisciplinar, nomeadamente professores e estudantes dos mais variados níveis de ensino, revela José Eduardo Franco.

Serão principais intervenientes desde simpósio os coordenadores das 25 diferentes áreas científicas do referido dicionário, cujas abordagens serão enriquecidas com a participação de outros pensadores de disciplinares complementares na perspectiva de construção de um inovador conhecimento crítico. O seminário é alargado à vasta comunidade de autores (cerca de 700) que estão envolvidos na preparação da maior síntese de conhecimento de toda a história científica da Madeira.No encontro de dois dias, marcado para a Sala Funchal do Casino Park Hotel, intervêm, entre outros pensadores,  Marc Augé, Daniela Marcheschi,  Viriato Soromenho Marques, João Relvão Caetano e Annabela Rita. Destaca-se também a participação de intelectuais madeirenses como Paquete de Oliveira, Agostinho Jardim Gonçalves,  João David Pinto Correia, Alberto Vieira e José Eduardo Franco.

O projecto “Aprender a Madeira” está a criar o “Dicionário Enciclopédico da História da Madeira”, em 10 volumes, a par da respectiva plataforma digital em Português, Inglês e Espanhol. Envolve 700 investigadores de vários países, metade dos quais, madeirenses, terá a duração de três anos e custará um milhão de euros. Os primeiros volumes serão dados à estampa no final de 2014, tal como a versão online.

 

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