Comparticipação de medicamentos para hepatite C abre espaço a maior “acessibilidade a medicação inovadora”

Bastonário da Ordem dos Médicos, José Manuel Silva, satisfeito com entendimento entre Governo e indústria farmacêutica, apesar dos “dois anos de atraso”.

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O bastonário da Ordem dos Médicos não teve respostas do ministério Enric Vives-Rubio

O bastonário da Ordem dos Médicos (OM), José Manuel Silva, saudou nesta sexta-feira à noite o “caminho de entendimento” entre o Estado e a indústria farmacêutica, que vai permitir disponibilizar medicamentos inovadores para doentes com hepatite C já em Janeiro, mostrando-se esperançado de que esse entendimento traga “uma nova esperança também para o futuro na acessibilidade a medicação inovadora”.

“Vem com cerca de dois anos de atraso mas é positivo. A forma como vai ser feita a avaliação da sua utilização também nos parece positiva porque vai ser através da comissão de Farmácia e Terapêutica, o respectivo grupo de trabalho da Hepatite C onde a OM está representada”, referiu José Manuel Silva, à margem da cerimónia de tomada de posse como bastonário da Ordem dos Médicos.

Confrontado pelos jornalistas com o facto de o entendimento ter sido alcançado numa altura em que há já medicamentos mais eficazes no mercado, o bastonário rejeitou a possibilidade de uma manobra de escoamento do stock: “Portugal não tem uma dimensão suficiente que possa ter significado no escoamento de produtos de uma multi-nacional farmacêutica.”

Numa semana marcada por vários assuntos polémicos na área da Saúde, alguns conhecidos por intermédio da comunicação social, o bastonário admitiu que muitas vezes “os problemas só existem quando se tornam do conhecimento público”. “Até lá há uma menor preocupação das tutelas em resolver esses mesmos problemas. Desejavelmente não deveria ser assim, mas em Portugal as coisas funcionam infelizmente desta maneira”, disse aos jornalistas, repetindo por duas vezes: “Ainda bem que há comunicação social.”

Para o segundo mandato à frente da OM, José Manuel Silva espera “mais intervenção activa por parte da Ordem dos Médicos”: “Há novos corpos sociais, trazem sempre uma nova dinâmica e um novo entusiasmo”, referiu.

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