Um urso e EDP Novos Artistas no Porto

Galeria EDP e Casa da Música recebem obras de João Ferro Martins, Ana Santos, João Mouro, Luís Lázaro Matos, Mariana Caló e Francisco Queimadela, Musa paradisiaca, Pedro Henriques, Sandro Miguel Ferreira e Tiago Baptista

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As obras a concurso na 10ª edição do Prémio Novos Artistas da Fundação EDP estão em exibição a partir de hoje, dia 12, no Porto e pretendem dar “um panorama vasto” do fazem as jovens gerações em Portugal.

Há um urso sentado no meio da plateia da sala Suggia, na Casa da Música, que tem bilhetes reservados até Março de 2014, altura em que encerra o evento em que ele se integra, o Prémio EDP Novos Artistas, que a 17 de Janeiro anunciará o vencedor dos 15 mil euros. O urso Mike é uma das peças de João Ferro Martins, um dos nove artistas ou colectivos a concurso, seleccionados a partir de 567 candidaturas.

Integram ainda a mostra trabalhos de Ana Santos, João Mouro, Luís Lázaro Matos, Mariana Caló e Francisco Queimadela, Musa paradisiaca, Pedro Henriques, Sandro Miguel Ferreira e Tiago Baptista.

O que sempre se pretendeu com este prémio e exposição é “dar um panorama vasto do que é que se está a fazer em Portugal”, afirmou à Lusa João Pinharanda, um dos comissários deste prémio e responsável pela Colecção de Arte da Fundação EDP. “Alguns destes artistas não se conheciam e provavelmente nunca fariam uma exposição um com o outro se não fossem estimulados por esta espécie de cadinho multiplicador que têm sido estas exposições”, afirmou acrescentando que “quando se faz uma exposição destas há alguns cuidados e um dos cuidados é garantir o ecletismo, a multiplicidade da exposição”.

Uma multiplicidade que parece estar garantida pelo actual modelo do prémio, que até começou por ser de escolha única. O regulamento prevê agora três comissários e nenhum dos comissários integra o júri do prémio. “Assim há várias grelhas de juízo de gosto”, explica João Pinharanda que comissaria a exposição com Filipa Oliveira e Sérgio Mah.

Para o crítico de arte as obras apresentadas estão, nas suas diferenças, sintonizadas com o que é produzido globalmente. “Os artistas portugueses são dos mais internacionalizados em termos de bolsas e agora estimulados ainda mais dessa necessidade ou capacidade de emigração”, afirmou. O prémio já destacou alguns nomes hoje conceituados como é o caso de Joana Vasconcelos, Leonor Antunes, Vasco Araújo, Carlos Bunga, João Maria Gusmão ou Pedro Paiva.

Com esta exposição na Galeria EDP e Casa da Música é a terceira vez que o prémio decorre no Porto, depois de Serralves e do Cace Cultural. Segundo João Pinharanda “a exposição foi aqui colocada para reforçar o interesse que a fundação tem neste espaço e para potenciar a capacidade deste espaço se tornar um sítio dinâmico e de diálogo com as gerações mais novas, que no Porto são muito activas”.

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