Autarcas exigem paragens intermédias no comboio Porto-Vigo

Viana e Barcelos não querem ficar de fora de um serviço que, em quatro meses, transportou 19.900 passageiros.

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Ligação suprimiu 14 paragens e está 45 minutos mais rápida, desde a criação do serviço Celta Nelson Garrido

O presidente do Eixo Atlântico e autarca de Viana do Castelo insiste ne a criação de paragens intermédias no actual comboio directo entre Vigo, na Galiza, e Porto, mas remete um modelo final para depois de reunião a realizar com a CP e REFER, ainda este ano.

A posição foi transmitida por José Maria Costa à Lusa esta quinta-feira após uma reunião, no Porto, com o presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDRN), Emídio Gomes. Deste encontro, assume o também autarca de Viana do Castelo, surgiu a "grande sintonia" com o presidente da CCDRN na "defesa da modernização" da Linha do Minho, que serve de ligação à Galiza, enquanto "investimento estruturante" para a euro-região.

Nesse sentido, Emídio Gomes informou os representantes do Eixo Atlântico - além do presidente e do secretário-geral também o presidente da Câmara de Braga, Ricardo Rio, esteve presente -, que irá solicitar uma reunião às administrações da CP (que explora o serviço comercial) e a REFER (responsável pela gestão da rede ferroviária). O encontro deverá ser agendado ainda para este ano e servirá para abordar o calendário do investimento na modernização da linha e os objectivos das duas empresas públicas, e contará com a presença dos representantes do Eixo Atlântico.

"Da parte do Eixo Atlântico foi dito ao senhor presidente da CCDRN que temos a vontade de ter mais ligações [do comboio entre Porto e Vigo], em Viana do Castelo e também para Braga, que é feita a partir de Nine", explicou o autarca, mas sem adiantar mais pormenores. Em cima da mesa estará também a possibilidade de o comboio "Celta", que desde 2 de Julho suprimiu as 14 paragens intermédias passando a ligar directamente Porto e Vigo, parar ainda em Barcelos, conforme reclamado por aquele município.

"Temos algumas propostas em cima da mesa, mas sem a conversa com a CP, que tem a parte comercial, não estamos à vontade para adiantar mais informação. Isso também depende das condições técnicas, como os tempos de paragem e a articulação entre comboios", explicou José Maria Costa.

Nos primeiros quatro meses de operação, entre Julho e Outubro, o comboio "Celta" transportou 19.900 passageiros, segundo números avançados esta semana à Lusa pela CP. Anualmente, no modelo anterior, aquele serviço transportava cerca de 15.000 passageiros. O novo serviço directo, que só tem paragens técnicas para cruzamento de composições, é agora 45 minutos mais rápido, face às três horas e quinze minutos anteriores.

Entretanto, o presidente da REFER, Rui Loureiro, confirmou esta quinta-feira que o projecto de modernização da Linha do Minho, um investimento de 66 milhões de euros e que tem um prazo de execução de 30 meses, prevê a electrificação dos seus 96 quilómetros de extensão e a construção de estações técnicas para cruzamento de comboios com 750 metros.

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