Cardozo voltou a ser matador de “leões”, mas foi Patrício a decidir

Benfica segue em frente na Taça de Portugal, ao derrotar o Sporting na Luz, por 4-3, em jogo emocionante e que precisou de prolongamento.

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Foto: Francisco Leong/AFP
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Há não muito tempo, era um dado adquirido que Óscar Cardozo não iria ficar no Benfica pelo que tinha acontecido no final da Taça. Era quase uma situação de “ou eu, ou ele” entre o avançado paraguaio e Jorge Jesus, uma questão disciplinar, ou melhor, uma questão de autoridade. Mas em boa hora o Benfica recuperou o avançado paraguaio. Foi graças aos seus três golos que os “encarnados” seguiram em frente na Taça de Portugal, com um triunfo na Luz por 4-3 sobre um Sporting lutador, temerário, mas que acabou por sucumbir por força de um erro infantil de um dos seus jogadores mais experientes, Rui Patrício.

Nem Jorge Jesus, nem Leonardo Jardim fugiram muito aos seus planos habituais. Cardozo estava mesmo em condições, depois de ter saído lesionado no jogo com o Olympiacos, e ocupou o seu lugar na frente de ataque benfiquista. Do lado “leonino”, apenas a meia-surpresa de Ivan Piris no lugar de Cédric como lateral-direito. Era o segundo embate da época entre os dois rivais de Lisboa, depois de um empate (1-1) para o campeonato há pouco mais de dois meses, sem que nenhum dos lados reclamasse favoritismo para o jogo.

Os primeiros minutos indiciavam um Sporting desinibido e com vontade de dominar. Mais posse de bola e poder de antecipação no meio-campo apanharam o Benfica de surpresa. Mas, aos 12’, Cardozo começou a desequilibrar. Livre rasteiro à entrada da área, os homens da barreira “leonina” saltam o suficiente para a bola passar por baixo, Rui Patrício nem se mexeu e surgiu o primeiro para o Benfica.

Os “encarnados” assentaram o seu jogo, assumiram o controlo e ficou exposta a falta de experiência dos jovens “leoninos”, atordoados face à contrariedade. A resposta do Sporting só aconteceu aos 37’, na primeira jogada de verdadeiro perigo que fez na primeira parte. Wilson Eduardo faz o cruzamento e Capel, liberto de marcação, fez o empate. Resultado nivelado que seria desnivelado com estrondo nos minutos seguintes pelo suspeito do costume, Cardozo.

Aos 42’, Enzo Pérez faz o cruzamento e o avançado paraguaio faz o seu segundo do jogo. Mesmo antes do intervalo, é Ruben Amorim a assistir Cardozo para o 3-1. Em poucos minutos, o paraguaio confirmava-se, mais uma vez, como um verdadeiro matador de leões — desde que chegou à Luz, já leva 13 golos marcados ao Sporting.

A segunda parte só deu seguimento ao que se vira na primeira, domínio benfiquista, mas não era um domínio matador, era um domínio em gestão de esforço. O Sporting parecia morto e afastado da luta pela eliminatória, mas o Benfica resolveu dar uma ajuda ao espectáculo. Minuto 62, André Martins marca o canto e Maurício, de cabeça, faz o 3-2. Mais uma vez, a defesa encarnada mostrava permeabilidade nos lances de bola parada. A eliminatória voltava a estar ao alcance.

Leonardo Jardim arriscou e fez entrar todos os avançados que tinha no banco, Slimani, Carrillo e Carlos Mané. O jogo passou a ser encaminhado para o peruano no flanco esquerdo e os “leões” foram-se aproximando da baliza de Artur. O Benfica podia ter resolvido logo o jogo ainda nos 90’, com Markovic a atirar à barra aos 83’ e, no mesmo minuto, Cardozo a permitir a defesa de Rui Patrício. Não resolveu e o Sporting nunca parou de lutar. Slimani deu um primeiro aviso, ao atirar ao poste aos 83’. Mas foi de cabeça que enviou o jogo para o prolongamento, respondendo da melhor forma a um livre de Adrien já em tempo de compensação.

O Sporting entrava para a meia-hora extra com o ascendente emocional, enquanto o Benfica parecia estar já a acusar o esforço do encontro a meio da semana em Atenas. Mas o jogo caiu para os homens da casa no golo mais caricato da noite. Aos 97’, a bola pinga para a área sportinguista, Luisão divide o lance com Rojo, sofre falta (que teria de ser penálti), mas a bola lá consegue encontrar o caminho da baliza, com Patrício a deixá-la passar — erro grave do guardião leonino que ditou o desfecho do jogo.

Aos 107’, já no segundo tempo do prolongamento, os “leões” reclamaram (com razão) penálti por mão de André Almeida na grande área (houve também um lance durante os 90’ de Luisão sobre Montero que deixou dúvidas) e, no lance seguinte, estiveram perto do 4-4, com um cabeceamento de Slimani que saiu ao lado.

O resultado podia ter crescido para o Benfica pouco depois, com Ivan Cavaleiro a não conseguir concluir uma jogada construída por Lima, e na recarga, é André Gomes a acertar no poste. O Sporting perdeu Rojo aos 114’, expulso por ter visto o segundo amarelo e já não conseguiu chegar mais à baliza do Benfica.

Ficha de jogo
Benfica 4-3 Sporting 

Jogo realizado no Estádio da Luz, em Lisboa
Assistência 47.156 espectadores

Benfica Artur, André Almeida, Luisão, Garay, Silvio, Enzo Pérez (Lima, 97'), Matic, Ruben Amorim (Ivan Cavaleiro, 70'), Markovic (André Gomes, 90'), Gaitán e Cardozo. Treinador Jorge Jesus.

Sporting Rui Patrício, Piris, Maurício, Rojo, Jefferson, William Carvalho, André Martins (Slimani, 69'), Adrien Silva, Capel (Carlos Mané, 81'), Montero e Wilson Eduardo (Carrillo, 60'). Treinador Leonardo Jardim.

Árbitro Duarte Gomes (Lisboa).
Amarelos Rúben Amorim (29'), Markovic (56'), Sílvio (58'), Rojo (59' e 114'), André Almeida (69'), Artur (73'), Maurício (80'), Carrillo (82'), Garay (90+4') e Slimani (108'). Vermelho Rojo (114')

Golos 1-0, Cardozo, 12'; 1-1, Capel, 37'; 2-1, Cardozo, 42'; 3-1, Cardozo, 45'; 3-2, Maurício, 62'; 3-3, Slimani, 90+2'; 4-3, Luisão, 97'.

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