Rafael Marques diz ter sido vítima de espionagem informática

Activista está a ser alvo de várias queixas por difamação de colaboradores próximos do executivo angolano.

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Rafael Marques denunciou casos de corrupção e foi acusado por difamação Daniel Rocha

“Foi Jacob Applebaum, perito em segurança e membro da WikiLeaks, que descobriu o software examinando o meu computador em Maio passado, numa viagem a Oslo”, contou Rafael Marques à AFP.

“O programa foi instalado por um grupo de hackers indianos empregado por uma multinacional que opera em Angola e que é muito próxima da presidência”, disse ainda, sublinhando que os seus dados pessoais eram transmitidos a cada 20 segundos para dois servidores, na Índia e em França. “Em Angola, os serviços de informação são usados tanto para fazer calar todas as vozes críticas e o Governo gasta muito dinheiro para espiar os seus cidadãos em vez de o usar para o desenvolvimento do país”, criticou.

“Jacob Applebaum continua a trabalhar no dossier para recolher o máximo de provas possível e determinar o tipo de acção judicial a levar a cabo”, disse o activista, que está a ser alvo de várias queixas por difamação de colaboradores próximos do executivo angolano.

Rafael Marques diz que a pirataria é uma resposta às recentes denúncias de casos de corrupção entre próximos do Presidente José Eduardo dos Santos.

Desde 2004, Rafael Marques denuncia abusos e casos de corrupção no seu site Maka Angola. Alguns são homicídios e actos de tortura cometidos por generais implicados na extracção de diamantes na região de Lundas, no nordeste de Angola. Entre os generais implicados está o general Manuel Hélder Vieira Dias Júnior, “Kopelipa”, ministro de Estado e chefe da Casa Militar da Presidência da República.

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