Mosteiro beneditino de Rendufe, em Amares, “aberto para obras”

Apesar de estar em obras, o Mosteiro Beneditino de Santo André de Rendufe, em Amares, vai abrir portas ao público aos fins-de-semana.

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A igreja primitiva do mosteiro remonta ao século XII Hugo Delgado

Paula Silva, directora regional da Cultura do Norte (DRCN), anunciou nesta quinta-feira que as visitas decorrerão aos sábados e domingos, até 30 de Setembro, para dar a conhecer ao público aquela “jóia” da arquitectura nacional.

“Em vez de um mosteiro fechado para obras, queremos um mosteiro aberto para obras”, acrescentou a directora regional de Cultura à agência Lusa. As visitas começam já este sábado.

Uma das alas do mosteiro está em obras, orçadas em 275 mil euros, para reposição das estruturas das abóbadas e colocação da cobertura. Estas obras deverão estar concluídas até ao final do Verão. Posteriormente, terão lugar obras de fundo, que serão candidatadas ao próximo Quadro Estratégico de Referência Nacional (QREN).
A ideia é construir ali um espaço cultural, de promoção dos produtos locais, estando também em cima da mesa a hipótese de criação de um albergue. Para já, a DRCN está apostada em divulgar e dar vida ao mosteiro, tendo preparado visitas guiadas ao monumento, uma prova de sabores beneditinos e um debate integrado nas Jornadas Europeias do Património. Haverá ainda uma caminhada entre o Mosteiro de Tibães e o Mosteiro de Rendufe. Este mosteiro só desde Março de 2010 é que é 100% propriedade do Estado, após a compra, por 800 mil euros, da última ala que ainda estava em mãos de privados.

“Filho” do Mosteiro de Tibães, também no distrito de Braga, o Mosteiro de Rendufe chegou a um avançado estado de degradação, situação que agora se pretende inverter. Não se sabe quando foi construído, mas supõe-se que já existisse em 1151, data atribuída à sua primitiva igreja.

Ao longo dos séculos, o mosteiro foi crescendo, mas as principais obras datam do século XVIII, como a construção da nova igreja e dependências conventuais, com destaque para a Capela do Santíssimo Sacramento, pelo conjunto de talha rococó, considerada uma das mais importantes do Norte do país.

Depois da extinção das ordens religiosas, em 1834, a igreja passou para a paróquia, as restantes instalações foram vendidas e um incêndio destruiu grande parte delas. Está classificado como Imóvel de Interesse Público.  
 
 
 

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