EUA querem vender telemóveis e facilitar acesso à Internet no Irão

Irão é considerado pelos Estados Unidos um dos países que patrocina o terrorismo.

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Estados Unidos querem maior facilidade acesso à Internet no Irão REUTERS

Os Estados Unidos aligeiraram as suas sanções contra o Irão, autorizando a exportação de equipamento telefónico e informático que facilite o acesso à Internet. A decisão surge a duas semanas das eleições presidenciais naquele país e é vista como uma forma de combater a censura no país

O Tesouro, em concertação com o Departamento de Estado, anunciou que, apesar das sanções contra o regime ligadas ao seu programa nuclear, passam a poder ser vendidos a particulares iranianos aparelhos de tecnologia simples sem fins militares.

“Utilizaremos todos os meios à nossa disposição […] para ajudar o povo iraniano a exercer os seus direitos fundamentais”, declarou, num comunicado, o subsecretário do Tesouro encarregado da luta contra o terrorismo.

As empresas norte-americanas poderão exportar para o Irão telemóveis, incluindo smartphones, cartões SIM, telefones satélites, modems para acesso à Internet ou antivírus, segundo uma lista publicada pelo departamento que no Tesouro trata das sanções internacionais (OFAC). É também autorizada a exportação de programas para troca instantânea de mensagens ou discussões na Internet.

“Tomámos uma medida verdadeiramente significativa, autorizando estas exportações”, disse um alto responsável, sob anonimato. Questionado sobre a relação entre o anúncio e as eleições no Irão, disse que “o calendário desta medida foi ditado pela repressão contínua no Irão”

É a terceira medida do género adoptada pela administração dos Estados Unidos relativamente ao Irão. Em 2010, foi autorizada a exportação de software livre para correio electrónico, blogging, chats de conversação e acesso a redes sociais. Em 2012 foi permitida a venda de uma  licença para aplicações de software com os mesmos fins.

Lista negra do terrorismo
O aligeirar de sanções vai “permitir a cidadãos americanos fornecerem ao povo iraniano equipamentos de comunicações mais seguros e mais sofisticados, para comunicarem entre eles e com o mundo exterior”, refere o comunicado.

O Tesouro dos Estados Unidos anunciou também na quinta-feira que acrescentou à sua lista negra um comité ligado ao ministério iraniano de Justiça, responsável por melhorar a “filtragem” de conteúdos da Internet.

Na última eleição presidencial, que em 2009 reelegeu Mahmoud Ahmadinejad, ocorreram grandes manifestações no Irão, tendo os contestatários recorrido em grande escala às redes sociais Facebook e Twitter e divulgado vídeos no YouTube. O regime quer evitar a repetição de acontecimentos como os de há quatro anos.

Os Estados Unidos, que não têm relações diplomáticas com o Irão desde a revolução islâmica de 1979, acusam regularmente o regime de limitar a liberdade de expressão e de limitar o acesso à Internet e às redes sociais.

O Irão é considerado pelos Estados Unidos um dos países que patrocina o terrorismo. A lista anualmente divulgada pelo Departamento de Estado voltou a ser tornada pública na quinta-feira mantém, para além do Irão, Cuba, Síria e Sudão.

Quanto ao Irão, o Departamento considera que em 2012  houve um “claro ressurgimento” do apoio a acções patrocinadas pelas autoridades. São referidos casos como um ataque que matou cinco israelitas e feriu 32, em Julho de 2012, na Bulgária; e o apoio iraniano e do Hezbollah, movimento libanês aliado de Teerão, ao regime sírio.

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