Quem quiser grafitar no Porto tem de pedir licença à câmara

Rio diz existirem diferenças “entre uma parede suja e vandalizada, como é o caso de cerca de 90% das paredes do Porto”, e uma obra de arte

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Paulo Pimenta

O presidente da Câmara do Porto diz que “a lei tem que ser igual para todos”, justificando assim a “limpeza” de todos os "graffitis" na cidade, contestada pela oposição socialista. “A lei tem que ser igual para todos e se quiser mudar a cor da fachada de sua casa tem que meter uma licença à Câmara”, afirmou Rio, em resposta à vereadora do PS Manuela Monteiro.

Em reunião pública do executivo, a vereadora do PS classificou a atitude da autarquia como uma “intervenção cega”, afirmando ser necessário distinguir “o que é vandalismo daquilo que são pinturas produzidas por artistas”.

“Certo é que aconteceu o que não devia ter acontecido”, sublinhou Manuela Monteiro, criticando o facto de "grafftis" de “artistas reconhecidos” terem sido “pintados de amarelo ou cinzento” por funcionários da Câmara. Rui Rio disse que “não pode haver arrogância que roça a estupidez”, criticando os artistas que pensam “eu quero, posso e pinto como quero”.

Apontando o exemplo de "grafitti" num muro que “tapa um baldio” em frente à escola Filipa de Vilhena, Manuela Monteiro criticou o pôr fim ao que considerou serem “expressões de arte urbana num local descaracterizado que não tinha problema nenhum”.

Rio admitiu existir diferenças “entre uma parede suja e vandalizada, como é o caso de cerca de 90% das paredes do Porto”, e uma obra de arte. Contudo, defendeu que “quem pinta muros” não pode ter um estatuto diferente e deve por isso pedir autorização à autarquia para o fazer.

“Não têm direito de passar por cima das instituições”, frisou o autarca. O vereador da maioria PSD/CDS-PP Manuel Gonçalves afirmou que, até ao momento, não recebeu de ninguém um pedido de reunião para discutir a pintura de paredes. Adiantou ainda que a limpeza dos "grafitti" está a ser é feita rua a rua.

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