Manifestação nas Caldas junta 300 pessoas em defesa do Hospital Termal

Comemoração do feriado municipal na Caldas da Rainha aproveitado para reivindicar a reabertura do hospital termal mais antigo do mundo.

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Hospital encerrado necessita de obras de centenas de milhar de euros Pedro Cunha/Arquivo

Cerca de 300 pessoas, algumas vestidas de negro ou envergando t-shirts com a inscrição “SOS Termal”, manifestaram-se ontem nas Caldas da Rainha, em defesa das suas termas, que estão fechadas e correm o risco de não reabrir.

Convocada pelo movimento cívico Juntos Pelo Nosso Hospital, a manifestação decorreu em paralelo com as comemorações oficiais do feriado municipal, que incluem uma homenagem à rainha D. Leonor.

Só que este ano, meia hora depois das entidades camarárias depositarem a tradicional coroa de flores junto à estátua da rainha, esta foi cercada pelos manifestantes que ali fizeram um minuto de silêncio. Um luto pelo legado da monarca que deixou à então vila das Caldas o hospital termal mais antigo do mundo, em torno do qual a localidade cresceu, mantendo hoje um extenso património imobiliário e áreas verdes tutelados pelo Ministério da Saúde.

A poucos metros, junto ao edifício das termas, houve largada de balões negros e entoou-se, ainda que envergonhadamente, alguns versos da Grândola Vila Morena.

Apesar de o executivo camarário, de maioria PSD, ter concordado com a manifestação, as figuras locais daquele partido estiveram ausentes, acabando a concentração por se realizar "à esquerda".

Jaime Neto, representante do Juntos Pelo Nosso Hospital, disse ao PÚBLICO que este movimento cívico vai aproveitar a campanha eleitoral das próximas autárquicas para juntar todos os candidatos à presidência da câmara num debate sobre o futuro do Hospital Termal.

Perante a pressão do Ministério da Saúde, que quer entregar as termas à câmara para que esta as concessione, Jaime Neto diz que já admite que o município fique com o hospital, mas mantendo “um cordão umbilical” com o Estado. Adverte, contudo, que é um erro o Governo ignorar as vantagens das termas para a saúde pública, não só do ponto de vista curativo, mas também preventivo, assim como as associadas ao lazer e ao bem-estar.

O Ministério da Saúde propôs à câmara ceder-lhe o Hospital Termal por 25 anos, mas o equipamento carece de investimentos de centenas de milhar de euros, para que possa ser considerado atractivo por eventuais concessionários privados. O Montepio Rainha D. Leonor (uma associação mutualista caldense que tem um hospital privado) e a fundação Inatel aparecem como potenciais interessados na exploração das termas.

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