Português que afirmou ter bomba na bagagem julgado quinta-feira em São Tomé

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Factos foram desvalorizados pelo advogado do arguido, que afirmou que "não há motivo nenhum para alarme" Força Aérea norte-americana/AFP

O cidadão português que terça-feira afirmou ter uma bomba na sua bagagem de mão num voo de São Tomé para Lisboa vai ser julgado quinta-feira em processo sumário, disse nesta quarta-feira fonte judicial à agência Lusa.

Constituído arguido pelo Ministério Público e colocado sob termo de identidade e residência, Manuel Ferreira, de 69 anos, garante, no entanto, que tudo não passou de brincadeira sua.

"Foi uma conversa sem pensar, eu não tenho nada contra o vosso país", disse aos jornalistas sobre o sucedido no voo da STP Airways que liga São Tomé a Lisboa, onde também viajavam o ministro português da solidariedade e segurança social, Pedro Mota Soares e Natália Umbelina, titular dos Negócios Estrangeiros, Cooperação e Comunidade de São Tomé e Príncipe.

Manuel Ferreira foi constituído arguido, mas sem uma acusação formal, segundo o seu advogado, André Aragão.

"Não podemos nesta fase dizer que há uma acusação, vamos ver exactamente o que é que há, mas não podemos ser categóricos dizer que há uma acusação", explicou, acrescentando que "as pessoas foram presentes ao juiz de instrução criminal que infelizmente não esteve disponível, mas no entanto despachou para que ele seja julgado na quinta-feira".

"Nós estamos num país de sistema judicial de estrutura acusatória", indicou.

O advogado do arguido acredita que tudo não passou de "um mal-entendido", baseado "numa expressão normal usada pelo seu constituinte", acreditando que "as coisas serão devidamente esclarecidas" durante o julgamento marcado para o tribunal de primeira instância.

Uma fonte responsável da Empresa Nacional de Segurança Área (ENASA) admitiu que tudo pode ter sido, de facto uma "brincadeira de mau gosto".

Mas lembrou que "a atitude do passageiro causou muitos danos" porque "a imagem do país saiu beliscada com as informações que circularam depois deste episódio, o voo atrasou-se em cerca de seis horas com os prejuízos que deste atraso advirão e passageiros que deveriam fazer trânsito em Lisboa ficaram com situação comprometida".

Estes factos foram desvalorizados pelo advogado do arguido, que afirmou que "não há motivo nenhum para alarme"."Nós sempre fomos um país tranquilo e vamos continuar a sê-lo", acrescentou.

O cidadão português está a ser apoiado pela embaixada de Portugal em São Tomé e Príncipe.

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