Depois do alerta lançado, na quarta-feira, a Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE) vai investigar as empresas mencionadas e “verificar se nos seus stocks actuais existem produtos” de origem da empresa holandesa Selten.

Durante um período de dois anos, entre Janeiro de 2011 e Janeiro de 2013, a Selten terá vendido 50 mil toneladas de mistura de carne bovina com cavalo a cerca de 370 compradores de vários países europeus, entre os quais Portugal.

Os produtos da empresa holandesa terão, na sua grande maioria, sido consumidos.  No entanto, Jorge Reis, subinspector geral da ASAE, sublinha que “à luz dos dados actualmente disponíveis não existe nenhuma sugestão imediata de perigo para a saúde pública”.

A ASAE garante que desencadeou os processos necessários à investigação da suspeita. “Passa por contacto com os operadores que constam desta lista, associada ao alerta, que indicava todos os operadores que tiveram contacto com estas empresas desde 2011”, explicou ao PÚBLICO Jorge Reis.

Da lista com os receptores do produto fazem parte cerca de 20 empresas portuguesas, maioritariamente dedicadas à importação, processamento e transformação de carnes. A ASAE pretende apurar onde se encontram os produtos, se estão ainda nos stocks destas empresas ou se foram vendidos a terceiras entidades. Uma vez localizados, será feita uma “apreensão cautelar dos produtos” que serão depois analisados laboratorialmente.

A autoridade de saúde holandesa emitiu na quarta-feira o aviso, a partir do sistema de alerta rápido europeu para a alimentação, quanto à possibilidade da presença de vestígios de carne de cavalo em carne supostamente de origem bovina. O alerta foi lançado na sequência uma investigação, conduzida pela autoridade de segurança alimentar holandesa, na qual foram levantadas dúvidas quanto à rastreabilidade dos produtos da dita empresa, que entretanto entrou em falência.