O general norte-americano David Petraeus pediu nesta terça-feira desculpa pelo “erro” do relacionamento extra-conjugal com a sua biógrafa, que no ano passado levou ao seu afastamento do cargo de director da CIA. Foi o seu primeiro discurso desde o escândalo que levou à sua demissão.

Perante uma plateia de estudantes militares numa universidade em Los Angeles, o general de quatro estrelas lamentou a “dor” causada pelo seu relacionamento com Paula Broadwell e prometeu tentar compensar aqueles que magoou.

Petraeus, que recebeu uma ovação da plateia, disse ainda que hoje olha para as coisas de uma forma diferente da de há um ano. “Permitam-me, por favor, que comece a minha intervenção desta noite a reiterar que me arrependo e peço desculpas pelas circunstâncias que levaram ao meu afastamento da CIA e que causaram tanta dor à minha família, amigos e apoiantes”, disse logo no início do seu discurso.

O ex-director da CIA lembrou, porém, que “a vida não pára depois de um erro destes”, que “pode e tem de continuar”.

“Sei que nunca poderei fazer desaparecer a dor que causei àqueles que me são mais próximos e a mais alguns”, prosseguiu Petraeus, que foi convidado para falar sobre os problemas enfrentados pelos veteranos depois da guerra. “Posso, no entanto, tentar seguir em frente de uma forma consistente com os valores com que me comprometi antes de me ter perdido e, da melhor forma possível, tentar compensar aqueles que magoei.”

O escândalo sexual que envolveu o general e a sua biógrafa, uma oficial da reserva dos serviços secretos do Exército norte-americano que também é casada, levou, em Novembro passado, à confissão e demissão de Petraeus. Foi comandante das tropas norte-americanas no Iraque, depois no Afeganistão. Até ao ano passado, era visto como um dos mais importantes líderes americanos da sua geração – chegou até a ser tido como potencial candidato à Casa Branca.