Alterações às baterias do Dreamliner aproximam regresso aos voos

As alterações às baterias do Boeing 787 Dreamliner receberam luz verde dos reguladores norte-americanos, o que aproxima o modelo do regresso aos voos.

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Encomendas estão suspensas desde a data de proibição de voo dos Dreamliners, em Janeiro Luke MacGregor/Reuters

O regulador aéreo norte-americano aprovou as alterações propostas pela Boeing à problemática bateria de iões de lítio do 787 Dreamliner. Esta autorização, anunciada no final do dia de terça-feira, permite à construtora norte-americana realizar voos de teste para avaliar as alterações ao modelo. Caso o Dreamliner não revele fragilidades, a proibição de voo será levantada.

É um importante passo para o mais importante modelo da aviação comercial da Boeing, cujos voos foram suspensos em Janeiro por vários reguladores e operadores à escala internacional, no seguimento de uma sequência de incidentes que tiveram origem em avarias na bateria de iões de lítio.

A nova bateria para o Dreamliner, aprovada já pela Federal Aviation Administration (FAA), reduz o risco de curtos-circuitos e foi desenhada com novos sistemas de isolamento e mecanismos de ventilação. Estas alterações atacam o problema de sobreaquecimento das baterias que estiveve na raiz dos incidentes que levaram à suspensão do modelo.

Mesmo com a luz verde para as alterações nas baterias, o Boeing 787 Dreamliner terá de passar agora por uma série de provas antes de o regulador levantar a proibição lançada em Janeiro. De acordo com a Reuters, a FAA prometeu acompanhar rigorosamente o processo de testes, respondendo assim às críticas de que, no passado, teria relegado demasiada responsabilidade aos construtores em matéria de regulação de segurança.  

“Não permitiremos que o avião regresse ao serviço a não ser que estejamos seguros de que o novo desenho [das baterias] garanta a segurança do avião e dos seus passageiros”, afirmou Ray Lahood, secretário do Estado dos Transportes, citado pela Reuters.

Um primeiro voo de teste já havia sido aprovado pela FAA, em Fevereiro. No entanto, esta autorização não veio acompanhada da aprovação às alterações técnicas que a Boeing quis então testar.

Desde que os modelos se encontram suspensos, a construtora norte-americana suspendeu também a entrega das encomendas de Boeing 787 Dreamliner. O modelo revolucionário da Boeing é tido como a jóia da coroa da empresa norte-americana: o Dreamliner utiliza cinco vezes mais energia eléctrica e consome menos 20% de combustível do que aeronaves de dimensões semelhantes.

O lançamento do Dreamliner teve um forte sucesso comercial, mesmo considerando os sucessivos atrasos na linha de montagem. No entanto, apenas 49 dos Dreamliner encomendados estão activos. Ao todo, a construtora norte-americana tem ainda mais de 700 entregas para concretizar.

Reagindo à autorização concedida pela FAA às alterações na bateria do Dreamliner, o presidente executivo da Boeing, Jim McNerney, defendeu que este era um “marco crítico e bem-vindo no sentido de a frota regressar aos ares”. 
 
 

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