Banco mau espanhol quer vender activos no valor de 1500 milhões este ano

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De Guindos considerou a SAREB uma “peça fundamental na reforma financeira” Francois Lenoir/Reuters

De Guindos apresentou o objectivo durante uma intervenção que realizou, a pedido próprio, na Comissão de Finanças e Economia do Congresso dos Deputados em Madrid, onde considerou a SAREB uma “peça fundamental na reforma financeira”.

O processo, explicou, dará nesta terça-feira mais um passo com a injecção pelo Fundo de Reestruturação Ordenada Bancária (FROB) da ajuda europeia à banca espanhola, nomeadamente nas entidades BMN, Liberbank e Caixa3.

Na sua intervenção De Guindos explicou que foi já criada uma comissão para levar a cabo uma “detalhada” análise jurídica, imobiliária e contabilística de cada um dos activos já transferidos para a SAREB.

“A entrada em funcionamento da SAREB é uma peça essencial na reforma financeira e, em particular, na gestão dos activos unidos ao risco promotor que eram o principal problema que enfrentavam as entidades financeiras”, explicou.

Actualmente a SAREB conta com 50.400 milhões de euros em activos, com um valor contabilístico bruto de 106.581 milhões de euros, transferidos com descontos médios de 52%.

Em concreto, a SAREB recebeu das entidades financeiras com ajudas públicas 107.000 activos imobiliários, dos quais 76.000 são casas vazias, 6300 são casas alugadas e 14.900 são terrenos.

Recebeu ainda 84.300 empréstimos e 6200 créditos.

“É fundamental analisar e conhecer com detalhe os bens e empréstimos que compõem a carteira, e tudo isso deve ser feito num curto espaço de tempo”, disse.

Uma vez concluída a análise dos activos, e posteriormente definido o plano de negócio, este será submetido à consideração dos órgãos de governo da SAREB.

Na semana passada a SAREB completou a sua estrutura de recursos próprios, que ascendem a 4800 milhões de euros, repartidos entre 25% por capital e 75% em dívida subordinada.

Um total de 27 sócios privados investiu 55% do capital de Sareb, enquanto o Fundo de Reestruturação Ordenada Bancária (FROB) contribui com os restantes 45%.

O quadro de investidores privados é constituído por 14 bancos espanhóis (Santander, Caixabank, Banco Sabadell, Banco Popular, Kutxabank, Ibercaja, Bankinter, Unicaja, Cajamar, Caixa Laboral, Banca March, Cecabank, Banco Cooperativo Español e Banco Caminos).

Fazem ainda parte dois bancos estrangeiros (Deutsche Bank e Barclays Bank), dez seguradoras, incluindo quatro estrangeiras e a Iberdrola.