Passos exorta a que “em cada português haja um soldado para vencer” a “guerra” da crise
As palavras de Pedro Passos Coelho foram proferidas durante uma visita à Associação dos Deficientes das Forças Armadas (ADFA), num discurso onde prestou homenagem aos ex-combatentes e afirmou que Portugal vive atualmente “uma guerra intensa”, embora diferente da Guerra Colonial.
Nesta visita à ADFA estiveram também presentes o ministro da Defesa, José Pedro Aguiar-Branco, os secretários de Estado da Defesa, Paulo Braga Lino, e dos Assuntos Fiscais, Paulo Núncio, os quatro chefes militares e o ex-presidente da comissão de Defesa e deputado do PS Júlio Miranda Calha.
No principal auditório da ADFA, que foi pequeno para o número de pessoas presentes, Passos Coelho enalteceu “os que serviram a pátria de forma tão absoluta” e lembrou a atual situação de assistência externa do país, deixando apelos à “solidariedade” e à “motivação colectiva”.
“Não é a primeira vez que Portugal precisa de pedir ajuda ao exterior e é estranho que justamente num tempo de liberdade, que devia também ser um tempo de responsabilidade, tivéssemos precisado tantas vezes de pedir ajuda ao exterior, precisamos de aprender com o passado e tirar daí consequências melhores para futuro”, disse.
O chefe do executivo PSD/CDS referiu que o país “beneficia da solidariedade dos parceiros europeus e também da ajuda do FMI” e que tem “cerca de três anos para mudar”, para “ultrapassar esta crise” e voltar a uma “onda de crescimento e geração de emprego”.
“Devemos fazê-lo colectivamente, não devemos separar as funções demasiado, porque se é certo que não temos todos as mesmas responsabilidades, e o Governo tem uma responsabilidade grande na forma como orienta esta luta contra a crise, precisamos evidentemente que em cada português haja um soldado para vencer esta guerra e para construir um Portugal mais justo e mais próspero”, advogou.
Passos exortou a que “nesta época de Natal” todos saibam “encontrar um espaço de solidariedade e motivação colcetiva para acrescentar esperança e confiança ao trabalho” que há “pela frente”.
No mesmo sentido, advertiu que “vencer esta crise não é um problema para o Governo, não é uma questão para os partidos que apoiam o Governo”, mas “uma questão nacional”.
O primeiro-ministro referiu que “se as coisas não correrem bem, como já não correram no passado”, todos são “chamados a pagar”: “Devemos estar todos na primeira linha para vencer as dificuldades e quanto mais agigantadas elas nos parecem, mais nós nos devemos agigantar também para as vencer”.
“Foi assim com certeza que cada um de vós encontrou força no passado para vencer as dificuldades, foi assim com certeza que ao longo da vossa vida conseguiram vencer as limitações e as adversidades, é assim que todos nós hoje precisamos de vencer as dificuldades do país”, acrescentou.
No final, Passos Coelho desejou às mais de cem pessoas presentes no auditório “um bom e santo Natal” e “um ano de 2013 melhor do que aquele que agora finda”.