Trégua de 45 minutos em Alvalade não foi suficiente para o Sporting

Boa primeira parte dos “leões” não chegou para travar o rival da Luz. Cardozo esteve nos três golos do Benfica no derby e mantém a equipa no topo da Liga.

Cardozo marcou dois golos
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Cardozo marcou dois golos AFP
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Wolfswinkel colocou o Sporting em vantagem Francisco Leong/AFP
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Alvalade assistiu a alguns dos melhores momentos do Sporting na presente temporada, mas o Sporting acabou derrotado (1-3) no derby com o Benfica. Os “leões” fizeram uma primeira parte de qualidade e chegaram ao intervalo em vantagem. Mas, no segundo tempo, a equipa de Jorge Jesus conseguiu a reviravolta no marcador. Os “encarnados” mantêm-se no duelo taco a taco com o FC Porto, pela liderança do campeonato, enquanto o Sporting ocupa a 11.ª posição na tabela, a 18 pontos dos dois rivais.

Os bons sinais dados pelo Sporting nos primeiros 45’ não foram repetidos na segunda parte, e os fantasmas de uma época calamitosa voltaram a assombrar a equipa de Alvalade. Cardozo foi o carrasco dos “leões”: esteve nos três golos “encarnados”, marcando dois e obrigando Rojo a introduzir a bola na própria baliza. Está aí um triste final de ano para o emblema “leonino”.

O encontro começou como um combate de boxe: no ringue havia dois pugilistas que trocavam golpes, enquanto estudavam o adversário, os seus pontos fracos e a melhor forma de os explorar. E, apesar de todas as declarações que marcaram o final da semana do lado do Sporting, relativamente a um hipotético adiamento do derby – devido à realização, apenas na sexta-feira, do jogo da Liga Europa com o Videoton (2-1) – foram os “leões” a dominar a fase inicial da partida.

Um remate forte de Insúa, na marcação de um livre directo (10’), galvanizou a equipa, que partiu para cima do adversário e entusiasmou as bancadas de Alvalade, que ontem viveram um grande ambiente – as claques que mantêm um boicote no apoio ao Sporting abriram uma excepção para o derby.

Aquela primeira oportunidade de golo, a que Artur correspondeu com uma grande defesa, ajudou a equipa da casa a ganhar confiança para tomar a iniciativa e proporcionar aos seus adeptos alguns dos melhores momentos na presente temporada: a pressão a meio-campo (Rinaudo, Elias e Pranjic) resultava em rápidas recuperações de bola e a velocidade de Capel e Carrillo deixava a defesa do Benfica em sentido.

Elias e expulsão marcam jogo

O pugilista da casa foi desferindo sucessivos ganchos no adversário, usando, preferencialmente, o punho esquerdo. Capel, apoiado por Insúa e Pranjic, deu muitas dores de cabeça a Maxi Pereira. Com a bola a ser lançada muitas vezes em profundidade, os extremos “leoninos” conseguiam ganhar vantagem à defesa “encarnada”. E foi mesmo pela esquerda que foi construído o golo dos “leões”. Wolfswinkel recebeu de costas para a baliza e deu na esquerda em Capel. O espanhol ganhou alguns metros e devolveu a bola ao holandês, que se antecipou a Garay e bateu Artur.

Foi só quando se viu a perder (digamos, a sangrar do sobrolho) que o Benfica se aplicou realmente no combate e começou a chegar à baliza de Rui Patrício. Mas os golpes aplicados pela equipa de Jorge Jesus foram inconsequentes. Lima, Salvio e Cardozo, todos eles tentaram alvejar a baliza “leonina”, mas sem sucesso. Pelo contrário, o Sporting teve ainda antes do intervalo uma oportunidade para deixar o adversário nas cordas. Wolfswinkel roubou a bola a Jardel e lançou Pranjic, mas o croata perdeu demasiado tempo e permitiu a recuperação da defesa “encarnada”.

O descanso teve efeitos distintos nas duas equipas. E foi nessa altura também que se tornou evidente a diferença em termos de disponibilidade física dos dois conjuntos. O Benfica entrou na segunda parte decidido a golpear o adversário de maneira mais forte e consequente, enquanto o Sporting perdeu alguma clarividência. E pagou por isso, embora antes de conceder o empate tenha tido uma excelente ocasião para fazer o 2-0: Carrillo rasgou a defesa “encarnada” com um passe que deixou Elias isolado, mas o brasileiro, frente a Artur, permitiu a defesa.

Na baliza contrária, Lima fez um primeiro aviso, rematando a centímetros do poste (52’). Na oportunidade seguinte surgiu o empate. Ola John fez o cruzamento na esquerda e Cardozo, embrulhado com Rojo, fez o cabeceamento – embora tenha sido o defesa do Sporting a introduzir a bola na baliza.

O Benfica crescia de minuto para minuto, e a equipa de Franky Vercauteren ficou-se por uma tímida reacção. O melhor que se viu foi uma bomba de Insúa, que acertou no poste da baliza de Artur.

Mas a noite ainda tinha reservada para Rui Patrício mais uma traição da sua defesa. O protagonista foi Boulahrouz, que desviou com a mão um remate certeiro de Salvio. O defesa holandês foi expulso, e, no penálti correspondente, Cardozo colocou o Benfica na frente do marcador (80’).

Os últimos dez minutos foram um suplício para os “leões”, a jogar em inferioridade numérica. E o letal Cardozo tirou partido desse facto: “bisou” na partida, correspondendo de cabeça a um cruzamento de Salvio. O Sporting ficou KO.
 
 

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