Mais de 20% dos enfermeiros está no desemprego

Número é superior à taxa de desemprego geral, que se situa nos 15,9%. Ordem diz que profissionais devem apostar no "empreendedorismo dentro das áreas da saúde"

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OE diz que enfermeiros devem ser “criativos e ter iniciativa”

Mais de 20% dos enfermeiros portugueses licenciados estão desempregados, disse esta sexta-feira um dirigente da Ordem dos Enfermeiros (OE) durante um simpósio sobre a profissão, que está a decorrer no hospital privado Clipóvoa, na Póvoa de Varzim.

Um número que consegue ser “superior à taxa de desemprego em Portugal” que, em Agosto, se cifrava nos 15,9%, lamentou Jorge Cadete, relembrando que, de Janeiro até Outubro, foram pedidas “1035” declarações de enfermeiros que pretendiam trabalhar no estrangeiro.

O também enfermeiro apontou que o Sistema Nacional de Saúde, aliado à conjuntura económica nacional, “não consegue absorver este tipo de mão-de-obra”, o que faz com que o desemprego neste sector “esteja a aumentar de forma significativa”.

Apesar do cenário de crise, a OE defende que esta classe profissional deve apostar no “empreendedorismo, dentro das áreas da saúde, de forma a dar respostas necessárias à população”. É que se não forem os enfermeiros a fazê-lo, “alguém o fará” sublinhou Jorge Cadete, dizendo que estes profissionais de saúde devem ser “criativos e ter iniciativa”.

Uma das janelas de oportunidades passa pelo “turismo de saúde”, vocacionado, por exemplo, para cidadãos estrangeiros. A OE é muitas vezes contactada no sentido de fornecer informações sobre instituições de saúde portuguesas que têm “programas turísticos vocacionados, por exemplo, para pessoas que gostam de viajar, mas, ao mesmo tempo, precisam de cuidados médicos ou de fazerem alguns tratamentos”, explicou o enfermeiro.

Segundo Jorge Cadete, as empresas ligadas a esta área “podem perfeitamente apostar na ideia e, deste modo, absorver muitos profissionais que estão à procura de uma oportunidade de trabalho”. Portanto, uma forma de combater a crise poderá passar pela “criação destas estruturas” que são “uma oportunidade, não só para as empresas como para os próprios enfermeiros”, frisou Jorge Cadete.

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