“Cannabis” produz-se cada vez mais na Europa

A Europa tornou-se num grande produtor da sua droga de eleição. Entre 30 países que forneceram informação ao Observatório das Drogas e da Toxicodependência, 29 deram conta de cultivo interno

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A cannabis é a droga é a mais consumida na Europa Nuno Ferreira Santos

Não há sombra de dúvida: embora continue a importar "cannabis" de África e até da América do Sul, a Europa tornou-se num grande produtor da sua droga de eleição. Entre 30 países que forneceram informação ao Observatório das Drogas e da Toxicodependência, 29 deram conta de cultivo interno.

Não contará para o equilíbrio de qualquer balança comercial, mas o documento menciona uma tendência para substituir as importações pela produção europeia. Em dois terços dos países, os produtores locais de "cannabis" herbácea (marijuana) dominam o mercado. No resto, continua a imperar a "cannabis" transformada (resina) importada.

Estima-se que cerca de 89,5 milhões de pessoas já tenham experimentado "cannabis" na Europa. E julga-se que 12 milhões a tenham consumido no último mês. São jovens do sexo masculino, na maior parte dos casos. 

“O rácio entre os homens e as mulheres, jovens adultos, que declararam ter consumido 'cannabis' no último ano variava entre um pouco mais de seis homens para cada mulher em Portugal, e menos de um na Noruega”, refere o documento esta manhã apresentado.

O relatório do OEDT aponta a diversidade nos padrões de consumo (de experimental a dependente) e a suas consequências na saúde. Em 2010, a "cannabis" já era a droga principal de 108 mil pessoas que iniciaram tratamento — mais, só a heroína. E a droga secundária mais referida — 98 mil. 

No ano passado, mais de metade dos países europeus comunicou ter “disponíveis programas específicos para o tratamento da dependência de 'cannabis' destinados aos consumidores que procuram activamente tratamento, o que equivale ao aumento de um terço desde 2008”. 

Há pouco, peritos de “Alemanha, Croácia, Eslovénia, Eslováquia, Grécia, Itália, Lituânia, Luxemburgo, Países Baixos e Reino Unido estimaram que a maioria dos consumidores teria tratamento disponível. Peritos de Áustria, Bélgica, Dinamarca, Espanha, Portugal, República Checa, Roménia e Noruega estimaram que esses programas só estavam disponíveis para uma minoria”. 

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