O Sporting foi quase feliz, mas a realidade foi mais forte

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Wolfswinkel marcou o golo do Sporting Rafael Marchante/Reuters

E já vão em oito os jogos em que o Sporting não consegue vencer. Nesta quinta-feira, em Alvalade, os “leões” não conseguiram melhor que um empate (1-1) frente ao Genk e ficaram com as contas muito complicadas no Grupo G da Liga Europa, não dependendo de si para seguir em frente. A cumprir o seu segundo jogo como técnico “leonino”, e depois do desaire no Bonfim, Franky Vercauteren voltou a não conseguir um triunfo que esteve a poucos minutos de acontecer frente a um adversário pelo qual foi campeão em 2011. Depois deste empate, o Sporting continua em último do agrupamento, ainda sem vitórias.

É como se a época estivesse a começar agora, com um treinador novo que vai testando as várias receitas possíveis até encontrar a combinação perfeita. Vercauteren não tem outra alternativa que não seja ter como base de trabalho o que os seus antecessores lhe deixaram, mas o que ele terá de fazer é ir destruindo essa base e construir uma nova. Nesta quinta-feira, não fez uma revolução, mas testou mais umas mudanças, a começar por colocar dois avançados de início, Viola e Wolfswinkel numa disposição táctica diferente do habitual. Nas alas, o regressado Capel e o jovem marroquino Labyad (segundo jogo consecutivo a titular) e, mais atrás no meio-campo, Elias e Schaars (Rinaudo foi o preterido).

Era uma equipa de teórica vocação ofensiva, para ir em busca de golos e da vitória que permitiria aos “leões” continuarem vivos na Liga Europa. Mas as intenções de Vercauteren não se viam na prática. Como tantas vezes tem acontecido, o Sporting não entrou com vontade de ganhar o jogo. Pelo contrário, deu ao Genk a responsabilidade de gerir os ritmos de jogo, controlar o meio-campo e tentar o golo. Foram mesmo os belgas a estar muito perto do golo aos 22’ – numa jogada de Monrose pela direita, a bola chega a Buffel, que estava isolado na pequena área, mas faz um remate fraco que Rui Patrício defende sem dificuldade.

Os períodos de resposta do Sporting eram curtos, esporádicos e pouco perigosos. Não havia futebol apoiado e eram muitas as situações em que um jogador “leonino” ficava só contra o mundo, sem outra solução que não fosse investir contra uma muralha de adversários. Os “leões” só estiveram verdadeiramente perto do golo mesmo em cima do intervalo, em que Capel consegue descobrir Cedric na área do Genk, mas o jovem lateral português tanto hesitou para rematar que foi desarmado.

Segunda parte melhor

Não era bom o ambiente em Alvalade. Eram mais os assobios que os aplausos e os adeptos estavam tão descrentes como os jogadores. Mas a segunda parte não trouxe mais do mesmo. Os “leões” foram menos apáticos, mais rápidos e com mais posse de bola. Cresceu no jogo e na mesma dimensão recuou o Genk. Aos 56’, Elias fez um primeiro ensaio de remate, defendido pelo guardião Kristof Van Hout, que, com 2,08m de altura, é o futebolista mais alto do mundo.

Era o melhor momento do Sporting no jogo, mas o que se passou imediatamente podia ter acabado com tudo logo ali. Minuto 60, Schaars vê o segundo cartão amarelo, é expulso e os “leões” ficam em inferioridade numérica. Vercauteren reage bem, mas de forma conservadora, tirando um avançado (Viola) e metendo um médio defensivo (Gelson). Um minuto depois, aos 64’, a sorte grande para o Sporting. Capel cruza para a área e Wolfswinkel, de cabeça, consegue antecipar-se a um defesa do Genk e faz o tão ansiado golo.

A cabeçada certeira do holandês foi um momento de libertação. Todos festejaram efusivamente, mas ainda havia que defender. E a realidade encarregar-se-ia de abafar a esperança de acabar com a série negra. Em superioridade numérica, o Genk foi à procura do golo e Rui Patrício mostrou-se intransponível em várias ocasiões.

Tal como acontecera na Bélgica, o Sporting voltou a sofrer um golo nos últimos minutos – num último fôlego, Buffel cruza para a pequena área, onde estava Plet sem marcação. Patrício ainda tentou lá chegar, mas foi uma saída precipitada. A atracção do Sporting pelo abismo continua.


POSITIVO e NEGATIVO

+


Rui Patrício
Quando o Sporting ficou com menos um, foi o guarda-redes quem segurou as pontas com quatro grandes defesas. Mas foi dele a culpa no golo dos belgas, ao tentar compensar com uma saída precipitada a ausência de marcação a Plet.

Diego Capel
De regresso à equipa, foi o grande dinamizador do ataque “leonino” e foi dele o cruzamento para o golo de Wolfswinkel. O Sporting precisa deste espanhol em boa forma e ele parece estar com vontade.

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Elias
Muito pouco fez o brasileiro, sempre muito afastado do jogo.

Defesa do Sporting
Não foi a primeira vez que o Sporting sofreu golos nos últimos minutos. Os pecados são os mesmos do resto da equipa, falta de entrosamento e falta de confiança.
Ficha de jogoSporting, 1
Genk, 1

Jogo no Estádio José Alvalade, em Lisboa.Assistência
18.406 espectadores

Sporting

Rui Patrício, Cédric, Xandão, Marcos Rojo, Insúa, Labyad (Tiago Ilori, 84’), Elias, Schaars, Diego Capel (Carrillo, 87’), Viola (Gelson Fernandes, 63’) e Van Wolfswinkel.

Treinador

Franky Vercauteren.

Genk

Van Hout, Dani Fernandez, Koulibaly, Nadson, Tshimanga, Ngongca, Hyland (Plet, 67), Gorius, Buffel, Vossen e Joseph-Monrose (Masika, 77).

Treinador

Mario Been.

Árbitro

Stefan Johannesson (Suécia).

Amarelos

Viola (14’), Koulibaly (24’), Ngongca (27’), Schaars (29’ e 59’), Insúa (35’), Vossen(90+4’).

Vermelho por acumulação

Schaars (59’).

Golos

1-0, por Wolfswinkel, aos 64’; 1-1, por Plet, aos 90+1’.

Notícia actualizada às 22h59
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