AICA recupera apoio mecenático para prémios anuais de artes plásticas e arquitectura

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A piscina de Leça, de Siza Vieira, foi premiada pelo AICA em 1981 Ana Luísa Silva

A Associação Internacional de Críticos de Arte (AICA) revelou esta segunda-feira à agência Lusa que recuperou o apoio financeiro para atribuir os prémios anuais da entidade nas áreas das artes plásticas e da arquitectura, instituídos há 30 anos.

No final do ano passado, a entidade tinha sido confrontada com a decisão da Direcção-geral das Artes (DGArtes) de cessar o protocolo de apoio financeiro, no valor de 20 mil euros, justificada pela nova filosofia de concentração de apoios aos artistas através de concursos públicos.

Em declarações à agência Lusa, Delfim Sardo, o novo presidente da direcção da AICA, revelou que a entidade já tem a garantia de que este ano os prémios poderão ser atribuídos através de uma nova parceria com a Secretaria de Estado da Cultura e a Fundação Millennium BCP.

“Num trabalho conjunto da anterior e da nova direcção, foi possível recuperar o valor pecuniário para associar aos prémios e eles serão atribuídos este ano, no mês de Novembro ou Dezembro”, acrescentou, indicando que os júris serão definidos em breve.

Quanto ao valor que os patrocinadores vão conceder aos galardões, atribuídos anualmente, há três décadas, pela AICA, Delfim Sardo, curador e ensaísta, disse que “ainda não está definido”.

Os prémios, referentes ao ano anterior à atribuição, são entregues a duas personalidades “cujo percurso profissional seja considerado relevante pela crítica, e cujo trabalho tenha estado particularmente em foco no ano a que diga respeito”.

Ainda denominados na última edição Prémios AICA/MC (Ministério da Cultura), foram criados em 1981 pela representação nacional da AICA.

O valor pecuniário dos prémios nos anos anteriores era de 20 mil euros, partilhado em partes iguais pelos dois galardoados.

Em 2011, os prémios, referentes a 2010, foram atribuídos à artista plástica Lourdes Castro e ao arquitecto Francisco Castro Rodrigues.

Em anos anteriores foram galardoados, entre outros, os arquitectos Álvaro Siza Vieira, Gonçalo Byrne, Eduardo Souto de Moura, Fernando Távora, e os artistas Júlio Pomar, Paula Rego, Helena Almeida e Paulo Nozolino.

Delfim Sardo revelou ainda à Lusa que também o Prémio Crítica AICA/Parque Expo, que tinha sido cancelado pela cessação do protocolo com aquele mecenas, terá igualmente continuidade com outro parceiro, cujo nome a entidade ainda não pode divulgar.

Este prémio teve duas edições, tendo sido atribuído, o de 2009, a Sandro Araújo e Pedro Mesquita, respectivamente, o autor e o realizador do documentário, “Paredes Meias” e, o relativo a 2010, a José Gil, pelo ensaio, “A arte como Linguagem: A “última lição”” (editora Relógio d’Água).

De acordo com o responsável, este prémio será atribuído a partir de agora de dois em dois anos.

No âmbito dos trinta anos da AICA, a entidade realizou, no ano passado, duas exposições sobre os premiados, num total de 60 artistas e arquitectos, apresentadas respectivamente, no Museu Nacional de Arte Contemporânea - Museu do Chiado, e na Sociedade Nacional de Belas Artes, em Lisboa.

A nova direcção da AICA foi eleita numa assembleia geral que decorreu a 16 de Outubro, tendo ficado Delfim Sardo na presidência, João Silvério na vice-presidência, e a direcção é ainda composta por Bruno Marchand, Liliana Coutinho, Sara Matos, Pedro Faro e Nuno Grande.

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