Nike deixa de patrocinar Armstrong

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Lance Armstrong perdeu um dos seus maiores patrocínios Foto: Gabriel Bouys/AFP

O ciclista norte-americano deixa também de ser o presidente da Fundação Livestrong, uma semana depois de ter sido acusado por doping pela USADA.

Lance Armstrong, envolvido em nova controvérsia sobre doping durante a conquista dos seus sete títulos no Tour de França, anunciou nesta quarta-feira que vai deixar de ser o presidente da sua Fundação contra o cancro, Livestrong, para se poder concentrar na sua missão em vez dos seus problemas, anuncia o "Wall Street Journal".

Neste mesmo dia, a Nike decidiu cortar os laços com o ciclista, afirmando serem intransponíveis as evidências que mostram que Armstrong utilizou doping e enganou a Nike durante mais de uma década de ciclismo.

A empresa, que patrocinou o atleta e a sua antiga equipa de ciclismo, disse nesta quarta-feira que cancelava o seu contrato com grande tristeza, mas que continuaria a apoiar a sua fundação, apesar da ruptura com o ciclista.

“Devido às provas aparentemente inequívocas de que Lance Armstrong esteve envolvido em casos de doping, enganando a Nike por mais de uma década, é com grande tristeza que anunciamos ter colocado fim a este contrato. A Nike não tolera o uso de drogas ilegais que melhorem o desempenho desportivo. A Nike planeia continuar a apoiar as iniciativas da Livestrong, criada para unir, inspirar e dar força a pessoas com cancro”, anuncia a marca em comunicado.

Antes, a Nike já havia rescindido contratos com o atleta de futebol americano, o quarterback Michael Vick, depois de este ter sido acusado por crimes relacionados com lutas de cães, e também com a sprinter Marion Jones, depois de esta ter confessado ter-se dopado. Mas a marca continuou ligada ao basquetebolista Kobe Bryant ou ao golfista Tiger Woods quando se soube do adultério.

Segundo o analista do Susquehanna Financial Group de Nova Iorque, Chris Svezia, ouvido pelo “Washington Post”, esta decisão em relação a Armstrong não terá consequências para a Nike.

“Não estou surpreendido. A diferença entre este caso e o de Tiger Woods foi que a droga melhorou e alterou o desempenho, trata-se apenas disso”, contou ao jornal americano.

Lance Armstrong também deixou de estar à frente da sua Fundação. “Esta organização, a sua missão e os seus apoiantes são incrivelmente caros ao meu coração”, disse o texano em comunicado. “Hoje, portanto, para poupar a Fundação a quaisquer efeitos negativos, como resultado da controvérsia em torno da minha carreira de ciclismo, termino a minha presidência”.

Há uma semana, a USADA (Agência Antidopagem Norte-Americana) entregou à União Ciclista internacional (UCI) e à Agência Mundial Antidopagem (WADA) um extenso documento de mais de mil páginas a provar, "sem margem para dúvidas", que o antigo ciclista norte-americano e a US Postal "montaram o mais sofisticado, profissional e bem-sucedido programa de doping da história do desporto".

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