"Materiais Diversos" com projectos de 22 criadores portugueses e brasileiros

O Festival, que se reparte por palcos de Minde, Alcanena e Torres Novas, vai mostrar, até dia 29, um total de 15 projectos de dança, teatro, performance e música

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“Hot 100”, de Cristian Duarte Itaú Cultural/Flickr

A quarta edição do festival de artes performativas Materiais Diversos arranca na sexta-feira, em Minde (freguesia do concelho de Alcanena), com a antestreia de Paraíso - Coleção Privada, de Marlene Monteiro Freitas.

O Festival, que se reparte por palcos de Minde, Alcanena e Torres Novas, vai mostrar, até dia 29, um total de 15 projectos de dança, teatro, performance e música criados por 22 artistas (13 portugueses e nove brasileiros).

Numa celebração da “contemporaneidade artística no Ano do Brasil em Portugal”, as mais recentes criações artísticas dos brasileiros Cristian Duarte (“Hot 100 - The hot one hundred choreographers”), ngelo Madureira e Ana Catarina Vieira (“Baseado em Fatos Reais”) e Denise Stutz (“3 Solos em 1 Tempo”) estreiam em Portugal durante o festival. “Dulce”, de Flávia Gusmão, Michel Blois, Nuno Gil e Thiare Maia e “Ninguém Falou que Seria Fácil”, da companhia Foguetes Maravilha são outros espetáculos de criadores brasileiros agendados.

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Além de “Paraíso - Coleção Privada”, da programação nacional fazem parte “MelTe”, de Ana Rita Teodoro, “Penthesilia, dança solitária para uma heroína apaixonada” (com a participação de 30 intérpretes da comunidade local), de Martim Pedroso, “Fora de Qualquer Presente”, de Sofia Dias & Vítor Roriz, “Branca de Neve”, dos Poetas do Movimento, e “Atlas”, de Ana Borralho & João Galante, que conta com a participação de 100 habitantes locais.

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Penthesilia, de Martim Pedroso Giuliano Di Bello

Estão ainda agendados concertos dos portugueses Miúda A2, Noiserv e Nice Weather for Ducks e do grupo brasileiro Marcelo Cald Trio.

O festival volta a apostar nos encontros profissionais, como o Encontro Luso-Brasileiro de Cooperação Artística, que tem por tema “O Ano de Portugal no Brasil e Brasil em Portugal”, o Encontro AMC, sobre o papel da Associação Minde Cultural no desenvolvimento estratégico da vila de Minde, o encontro REDE/Associação de estruturas para a dança contemporânea, sobre o papel do festival no panorama artístico actual.

Workshops com Ângelo Madureira e Ana Catarina Vieira, piqueniques com artistas, aulas de consciência corporal, massagens no Parque Natural das Serras d’Aire e Candeeiros, a iniciativa “Quando eu for grande, quero ser... Produtor (com Sofia Campos)... Encenador (com Martim Pedroso)” e um ponto de encontro com sete DJ são várias das actividades previstas.

Num contexto de cortes nos apoios à Cultura, o encontro “só foi possível com o apoio da Câmara Municipal de Alcanena, da Secretaria de Estado da Cultura, da Secretaria Municipal de Cultura da Prefeitura do Rio de Janeiro, da Funarte, da Região de Turismo de Lisboa e Vale do Tejo”, refere a associação Materiais Diversos. A organização acrescenta a estes apoios “um número indeterminado de entusiastas da população local que tomou o festival como seu” e uma vasta equipa de colaboradores. “Os números são usados, hoje mais do que nunca, como uma desculpa demagógica para um desinvestimento na Cultura, que se acentua de ano para ano. Seria fácil desistir com um panorama tão desarmante. No entanto, adaptámo-nos a um novo paradigma de relação entre parceiros”, sublinha o director artístico do festival, o coreógrafo Tiago Guedes.

A associação Materiais Diversos procura “incentivar a investigação e a experimentação artísticas e sensibilizar o público em geral para a arte contemporânea”, o que faz através do Festival Materiais Diversos e da produção e divulgação dos projectos artísticos de Tiago Guedes, Martim Pedroso, Filipa Francisco, Elisabete Francisca, Teresa Silva e Sofia Dias & Vítor Roriz.

O Festival Materiais Diversos realiza-se anualmente no concelho de Alcanena, aproveitando a “moldura” do património natural e paisagístico das Serras de Aire e Candeeiros, estimulando “o diálogo e a reflexão em torno da arte contemporânea fora do circuito urbano e descentralizado dos habituais circuitos de programação”, frisa a associação.

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