“Portugueses estão dispostos a fazer sacrifícios”, diz Vítor Gaspar

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"Não há nenhum falhanço na execução orçamental", garante o ministro Foto: Daniel Rocha

O ministro das Finanças considera que os portugueses “querem ultrapassar esta crise e emergência nacional” e, por causa dessa vontade, “estão dispostos a despender esforços e a fazer sacrifícios” para “recuperar a plenitude da sua soberania política”.

Numa entrevista publicada nesta quarta-feira no Diário de Notícias, Vítor Gaspar garante que haverá um mecanismo para impedir que a poupança das empresas com o corte nas contribuições seja distribuída aos proprietários das empresas. Além disso, garante que o país assistirá a mais cortes na Saúde e na Educação. Questionado sobre se também elogiaria a “paciência” dos portugueses perante “a cascata de medidas de austeridade”, o ministro das Finanças diz que preferiria a palavra “resignação” à “paciência

Em relação ao desempenho das contas públicas, o governante rejeita a ideia de que tenha havido uma falha na execução orçamental. “Não há nenhum falhanço”, garantiu. “O processo de ajustamento continua a progredir e pode agora beneficiar de alguns ajustamentos”, frisa Gaspar, aludindo dessa forma à decisão da Troika, composta pelo Banco Central Europeu, Fundo Monetário Internacional e Comissão Europeia – que deu mais um ano ao Governo para cumprir as metas do défice, conforme foi anunciado na terça-feira. Porém, esse pequeno “balão de oxigénio” não significa que o país posa respirar melhor: pelo contrário, Vítor Gaspar aproveitou a mesma conferência de imprensa para anunciar mais alterações que vão ter impacto negativo no rendimento das famílias portuguesas.

Gaspar assegura também que “haverá crescimento [económico] em 2013”. “Por isso, “vale a pena, certamente, os portugueses superarem esta situação de crise e emergência nacional”, prossegue o ministro, acrescentando que “é absolutamente decisivo que as medidas e o esforço de ajustamento (…) sejam partilhados como seus pela larga generalidade dos portugueses”. “Julgo que a disponibilidade dos portugueses para fazerem esforços e sacrifícios para garantirem o processo de integração europeia e na área do euro é muito grande”, remata.

No plano político, elogia Passos Coelho – “exerce uma liderança política decisiva e tem uma presença ímpar pela sua coragem e frontalidade” – e defende que o maior partido da oposição não deve passar ao lado deste processo de ajustamento: “A participação do PS (…) tem uma importância decisiva e é um importante sinal de coesão nacional.”

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