Três portugueses integram European Photo Exhibition Award na Gulbenkian Paris
Projecto de quatro fundações juntou 12 fotógrafos europeus. Objectivo foi reflectir sobre as identidades europeias
O projecto de fotografia European Photo Exhibition Award (EPEA), que juntou 12 jovens fotógrafos europeus para que trabalhassem o tema das identidades europeias, vai estar exposto na delegação de Paris, da Fundação Calouste Gulbenkian, a partir de terça-feira, dia 11.
Na iniciativa de quatro fundações europeias - Fundação Calouste Gulbenkian (Portugal), Fondazione Banca del Monte di Lucca (Itália), Körber-Stiftung (Alemanha) e Institusjonen Fritt Ord (Noruega) - participaram três fotógrafos portugueses, escolhidos pelo curador e sociólogo Sérgio Mah.
Em declarações à agência Lusa, Sérgio Mah afirmou que o que o fez escolher Catarina Botelho, José Pedro Cortes e João Grama para integrarem este projecto foi a qualidade do seu trabalho e também o facto de saber que eles “seriam sensíveis à temática das identidades europeias, e ao espírito do próprio projecto”.
A diversidade da Europa
Trata-se, explicou, de “fotografia artística, mas [de] uma fotografia artística que não lida com um mundo completamente abstracto e intemporal”, que “lida com questões contemporâneas”. “O projecto nunca teve a missão de fazer uma descrição monolítica, coesa e homogénea do que é a Europa. Tinha a missão de criar um espaço, um fórum de debate, de reflexão, com diferentes perspectivas sobre os muitos temas que compõem as identidades europeias”, acrescentou o curador.
No final, olhando para a geografia destas 12 interpretações, Sérgio Mah considera que ficou evidente que “não faz sentido falarmos em identidade europeia”. A primeira coisa que vemos nestes olhares, garante, “é a diversidade de abordagens que cada [artista] desenvolve, [e] que tem que ver com a sua cultura nacional, com a sua cultura mais específica”.
O EPEA, que verá agora viajar pela Europa o resultado da sua primeira edição, inspirou-se no Körber Photo Award, lançado em 1999. Um curador escolhido por cada fundação, para a representar, seleccionou, por sua vez, três fotógrafos: “Cada um destes fotógrafos escolheu um tema, que foi discutido com o curador da [respectiva] fundação, e depois, duas [sessões de trabalho], em que houve um debate entre curadores e fotógrafos sobre a melhor maneira de, em cada caso, desenvolver o projecto de uma maneira que fosse pertinente”, acrescentou Sérgio Mah.
A exposição inaugurou em Hamburgo, na Alemanha, em Maio, e, depois de Paris, onde fica até 18 de Novembro, segue para Lucca, em Itália, e para Oslo, na Noruega. Os trabalhos dos 12 artistas podem ser vistos também no site do projecto.