No reino da Bainha de Copas a felicidade é à medida

De "Copas", de "Palmo e Meio", de "Mão" ou, em breve, de "Espadas". Escolhe-se o modelo e o padrão, trocam-se emails e recebe-se a felicidade em casa

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Estúdio Mancha

Começou por ser uma espécie de guarda-roupa pessoal, "para consumo próprio", e já vai na quarta temporada com mais de 350 vestidos e mil bolsas, repletos de cor e de padrões que marcam a diferença.

A Bainha de Copas é uma marca de roupa personalizada que se distingue pela intemporalidade, sentido de humor e pela sensação de felicidade. Assim a define a criadora da “Bainha”, Graça Martins, referindo-se à satisfação das pessoas ao “terem um vestido novo, que lhes fica bem, que foi feito de acordo com as medidas delas”.

“Mess is More”, “Happydemia”, “Sobretudo Jardineiras” e “Olívia e Branca de Neve” compõem o conjunto de colecções criadas, até ao momento, às quais se juntam os vestidos para criança, da linha “Bainha de Palmo e Meio”, as saias “Vice-Versa” e as malas da “Bainha de Mão”.

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A criadora da Bainha de Copas, Graça Martins DR

Os tecidos são provenientes, um pouco, de todo o mundo, sobretudo, do Japão, Estados Unidos, Alemanha e Inglaterra mas também de Portugal.

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A nova colecção de camisas para homem, Bainha de Espadas, será lançada em breve DR

Ao contrário do que acontece com as marcas comerciais, as peças da “Bainha” são criadas com uma intenção intemporal, no sentido, de serem "peças que as pessoas vão guardando até quando forem avós”, afirma a criadora, ao explicar que “o corte é dos anos 50, o padrão foi escolhido por elas”, e portanto, “há uma história que acaba por ser mais intemporal do que só a noção de moda", justifica.

Como se compra?

Como não existe loja física, todo o processo de compra é feito online. Depois de identificados o modelo, o padrão e o tecido, através de uma visita ao blogue ou à página do Facebook, basta enviar um email para a Bainha de Copas e logo são trocadas informações para o envio da encomenda, que pode demorar entre duas a três semanas. "O que toda a gente me diz quando recebe é que é muita paixão e muito rigor", revela Graça Martins.

“Todas as peças foram testadas em molde e em modelos muito diferentes, de forma a serem bem vestidas por todos os tipos de estrutura física”, afirma a criadora. É, portanto, "um processo muito personalizado" e "uma construção conjunta com os clientes", refere.

Cada vestido custa, em média, 65 euros. Um preço “de muito baixo custo” para este tipo de trabalho, no qual, “não há dez vestidos iguais”, garante Martins.

No final do processo, a “Bainha” desafia os clientes a publicarem uma foto no mural do "Facebook" e partilharem a "felicidade" da recente aquisição.

D. Isabel e D. Dina, as costureiras-mor

A Bainha de Copas surgiu em 2010 mas já existia como projecto, desde 2006. "Foi um percurso natural. Comecei por fazer peças para mim, sempre com base em tecidos que ia comprando nas minhas viagens, e que por si só causavam um impacto diferente", conta a criadora da marca.

No início, fazia umas saias “engraçadas, que tiveram bastante sucesso, e aos poucos foi crescendo", explica. Actualmente, Graça Martins sente que a responsabilidade é, cada vez maior, na criatividade e no profissionalismo: "Estou rodeada cada vez mais de profissionais, quer de modistas, quer mesmo na parte da confecção que são pessoas muitíssimo boas". É o caso das modistas da “Bainha”, D. Isabel e D. Dina, "costureiras-mor do Reino, sem a qual metade das coisas não apareciam feitas", admite. Também o próprio irmão de Graça Martins, João Pedro, contribui para a "Bainha", fazendo o controlo de qualidade no Norte. 

Licenciada em Comunicação Social pela Universidade do Minho (UM), Graça Martins, natural de Guimarães, mudou-se para Lisboa em 1999, regressou ao norte para dar aulas na UM e foi novamente para a capital, onde trabalha em Criatividade e Estratégia de Marca na Mola Ativism.

"O facto de eu trabalhar numa empresa de design, rodeada por profissionais de design gráfico, ajuda imenso porque tenho sempre um grande grau de atenção à minha volta, opinião crítica, e portanto toda a gente acaba por contribuir muito para o crescimento da Bainha", argumenta.

Próximas novidades

Para Setembro, a Bainha de Copas vai lançar uma colecção, limitada, de quatro modelos de vestidos, com um padrão inspirado no clima tropical, desenhado pelo ilustrador Pedro Lourenço e pela designer Sofia Martins, ambos do Estúdio Fera. "Vai ser um trabalho fantástico", revela com entusiasmo Graça Martins. "Ele trabalha a parte do desenho e ela a parte da cor", explica.

Outra surpresa, para breve, é o lançamento de uma linha de camisas para homem, a “Bainha de Espadas”, co-criada por Clementina, de 75 anos, mãe do director criativo de Graça Martins, que ao fim destes anos, revelou-se "um talento" na área.

Nas palavras de Graça Martins, a experiência na Bainha de Copas é "muito gratificante": "Às vezes, eu nem acredito que isto está a acontecer, que vou no metro e vejo pessoas com os meus vestidos".  

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