Semenya apura-se facilmente para as meias-finais dos 800m

Caster Semenya foi obrigada a fazer testes de género
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Caster Semenya foi obrigada a fazer testes de género Foto: David Gray/Reuters
A jovem sul-africana, campeã mundial em 2009, foi impedida de competir durante 11 longos meses
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A jovem sul-africana, campeã mundial em 2009, foi impedida de competir durante 11 longos meses Foto: Lucy Nicholson/Reuters

A atleta sul-africana Caster Semenya apurou-se facilmente nesta quarta-feira para as meias-finais dos 800 metros.

Semenya, que faz a estreia olímpica, foi segunda classificada na primeira série de eliminatórias, com o tempo de 2m00,71s, o terceiro registo de todas as atletas, sendo só superada pela norte-americana Alysia Johnson Montano (1.ª, com 2m00,47s) e pela queniana Pamela Jelimo (2.ª, com 2m00,54s), que é a actual recordista africana da distância (1m54,01s).

As meias-finais dos 800 metros femininos realizam-se nesta quinta-feira (19h30) e a final disputa-se no sábado (20h), no Estádio Olímpico de Londres.

Caster Semenya, de apenas 21 anos, cuja treinadora, desde 2011, é a antiga atleta moçambicana Maria Mutola, que também era especialista nos 800 metros, foi segunda classificada nos Mundiais de 2011, em Daegu, na Coreia do Sul, com o tempo de 1m56,35s, e campeã mundial dois anos antes, em Berlim, na Alemanha, com 1m55,45s (recorde pessoal).

Testes de género

Depois de melhorar a marca pessoal nos 800 metros em mais de quatro segundos, em 2009, nos campeonatos africanos de juniores que decorreram na ilha Maurícia, a jovem atleta sul-africana foi chamada pela Federação Internacional de Atletismo (IAAF, na sigla em inglês) para realizar um teste de género.

Após terem sido conhecidos os resultados dos testes iniciais, a IAAF pediu à Athletics South Africa (ASA) para que Semenya fosse excluída da equipa que iria participar nos Mundiais de 2009, na capital alemã, mas a ASA rejeitou o pedido.

Já depois de se sagrar campeã do mundo dos 800 metros em Berlim, foi sujeita a mais testes, o que obrigou a atleta a estar sem competir durante 11 longos meses. Contudo, em Julho de 2010, a IAAF divulgou um comunicado a confirmar que Semenya podia então regressar à competição feminina. “A IAAF aceita a conclusão de um painel de peritos médicos. Pode competir imediatamente”, lia-se no comunicado.

A IAAF nunca revelou os resultados dos testes realizados, nem confirmou se a atleta foi obrigada a submeter-se a um tratamento hormonal, mas o jornal britânico “The Telegraph” revelou, em Setembro de 2009, que Caster Semenya não tem ovários nem útero, mas possui testículos – os órgãos sexuais masculinos, responsáveis pela produção de testosterona – ocultos internamente, atrás da vagina.

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