Sudoeste TMN: os The Roots já não devem nada a Portugal

The Roots deram um dos melhores concertos da noite
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The Roots deram um dos melhores concertos da noite Foto: Nuno Ferreira Santos
No recinto do festival, a animação dura todo o dia
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No recinto do festival, a animação dura todo o dia Foto: Nuno Ferreira Santos
Porto-riquenhos Calle 13 inauguraram o palco com um reggaeton disfarçado de rap
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Porto-riquenhos Calle 13 inauguraram o palco com um reggaeton disfarçado de rap Foto: Nuno Ferreira Santos
Mary B no palco do Groovebox
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Mary B no palco do Groovebox Foto: Nuno Ferreira Santos
Não faltam opções aos festivaleiros para ocupar o tempo antes dos concertos
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Não faltam opções aos festivaleiros para ocupar o tempo antes dos concertos Foto: Nuno Ferreira Santos
Samul Mira, mais conhecido por Sam the Kid, subiu ao palco com o projecto Orelha Negra
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Samul Mira, mais conhecido por Sam the Kid, subiu ao palco com o projecto Orelha Negra Nuno Ferreira Santos
Os Orelha Negra agradeceram a grande ovação do público que encheu a tenda
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Os Orelha Negra agradeceram a grande ovação do público que encheu a tenda Nuno Ferreira Santos
The Ting Tings actuaram no palco principal mas não mostraram nada de novo
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The Ting Tings actuaram no palco principal mas não mostraram nada de novo Foto: Nuno Ferreira Santos
No concerto dos TheTing Tings, a histeria aconteceu quando se ouviu “Shut Up and Let Me Go”
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No concerto dos TheTing Tings, a histeria aconteceu quando se ouviu “Shut Up and Let Me Go” Foto: Nuno Ferreira Santos
Jah Manson actuou no palco Reaggae
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Jah Manson actuou no palco Reaggae Foto: Nuno Ferreira Santos
Sucesso atrás de sucesso, as músicas de Tim, Zé Pedro, Kalu e companhia fizeram-se ouvir no recinto
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Sucesso atrás de sucesso, as músicas de Tim, Zé Pedro, Kalu e companhia fizeram-se ouvir no recinto Foto: Nuno Ferreira Santos
Xutos e Pontapés continuam com a sua legião de fãs
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Xutos e Pontapés continuam com a sua legião de fãs Foto: Nuno Ferreira Santos
Foram muitos os que esperaram pelo ajuste de contas dos The Roots
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Foram muitos os que esperaram pelo ajuste de contas dos The Roots Nuno Ferreira Santos
Os norte-americanos não desiludiram
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Os norte-americanos não desiludiram Nuno Ferreira Santos
A festa dos Roots fez-se durante cerca de duas horas
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A festa dos Roots fez-se durante cerca de duas horas Nuno Ferreira Santos

Tinham prometido que compensariam o concerto que deram no Festival Paredes de Coura em 2005, que não correu lá muito bem, com um concerto muito melhor, desta vez no Sudoeste, e a avaliar pela prestação em palco e a resposta do público poder-se-á dizer que os The Roots deixaram Portugal com a dívida paga.

Eram os cabeças de cartaz da noite que incluía nomes como Xutos e Pontapés, Orelha Negra, Thievery Corporation e Gorillaz Sound System e, apesar do concerto competente, não conseguiram a maior enchente. Essa foi mesmo da banda de Tim e companhia e, mesmo assim, já vimos mais gente.

Quando se lembram do concerto de 2005 em Portugal não têm boas recordações. O concerto foi um dos piores que alguma vez deram, por uma série de factores como a falta de ensaios, conforme explicaram na semana passada, mas pior do que isso é não terem deixado qualquer marca. Há quem os tenha visto e nem se lembre disso. Passaram por Paredes de Coura no ano em que os Arcade Fire pisavam o solo português pela primeira vez, e ao contrário dos canadianos, não deixaram recordações. É por isso que, desta vez, garantiram que tal não aconteceria e deram um dos concertos da noite.

É verdade que no início da noite se notava já que a enchente era para os Xutos e Pontapés, a avaliar pela quantidade de pais que passeavam os filhos pequenos pelo recinto e pelas típicas t-shirts da banda, mas mesmo assim os The Roots surpreenderam.

Se quando começaram o concerto foi fácil chegar à frente do palco, sem a habitual luta pela procura do melhor lugar, no fim foi difícil sair de lá. Entre covers inesperadas a que tanto nos habituaram no programa de TV “Late Night with Jimmy Fallon”, onde são banda residente, e temas próprios, com destaque para o último álbum “Undun”, os The Roots festejaram o hip-hop norte-americano sempre com boa disposição e aos poucos conquistaram o público do Sudoeste, que parecia desconhecer o que via ao início.

Começaram com uma dedicação aos Beastie Boys, recordando Adam Yauch, que morreu este ano, homenageando-o com uma versão de “Paul Revere” e não pararam mais. Até a “Sweet Child O' Mine” dos Guns n’ Roses tocaram, demonstrando que o hip hop está bem e recomenda-se e que pode também desafiar o rock. O público respondeu da mesma forma e facilmente se percebe que este é possivelmente o festival indicado para esta banda de negros de Filadélfia. É um festival onde se vive, como indica o próprio lema, e onde os ritmos como o hip hop, o reggae e a electrónica são muito apreciados. O rock só convence se for o dos Xutos e Pontapés.

Já os vimos tantas vezes e quase nada mudou. O efeito é sempre o mesmo. Tantos anos depois, os Xutos e Pontapés continuam com a sua legião de fãs, e cada vez parecem até conquistar um público mais jovem, como se viu no sábado. Sucesso atrás de sucesso, as músicas de Tim, Zé Pedro, Kalu e companhia fizeram-se ouvir no recinto, até quando os outros dois palcos pareciam ter alguma animação.

Cá atrás, o som dos Xutos misturava-se mesmo com o de Jah Mason, que actuava no palco Reggae, não porque o som se fazia ouvir tão longe mas sim porque as pessoas faziam questão de reproduzir o que ouviam do palco principal.

Nesta hora, a surpresa foi mesmo os Thievery Corporation, que mesmo depois de já terem actuado tantas vezes em Portugal, conseguiram encher a tenda onde está instalado o palco Groovebox e que, ao início do dia de concertos, se manteve vazio para Mary B. Foi depois ficando composto para os Orelha Negra e encheu quando a dupla norte-americana Rob Garza e Eric Hilton, os Thievery Corporation, subiu ao palco para apresentar o mais recente trabalho, “Culture of Fear”.

No palco principal nada de excitante a registar. Os porto-riquenhos Calle 13 inauguraram o palco com um reggaeton disfarçado de rap. Seguiram-se então os TheTing Tings, que não mostraram nada de novo. Obviamente a histeria aconteceu quando se ouviu “Shut Up and Let Me Go” e “That's Not My Name”, não impressionando.

A noite terminou em euforia com os Gorillaz Sound System, versão DJ dos Gorillaz. Ainda que Damon Albarn não tenha estado na festa, alguns dos maiores sucessos da banda foram recriados por um DJ, um director visual, um baterista, um percussionista e ainda uma voz feminina.

Surpresa das surpresas foi quando já perto do fim do concerto se ouviu uma batida muito familiar do público português. Foi nada mais nada menos que o som dos Buraka Som Sistema, que mesmo não estando no Sudoeste, foram recordados em grande pelos Gorillaz Sound System, primeiro com “Hangover (Bababa)” e depois com “(We Stay) Up All Night”.

Neste domingo há concertos de Two Door Cinema Club, The Vaccines, Best Coast ou os portugueses Throes + The Shine.

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